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Manchetes do Mercado

4 de novembro de 2022

O legado dos desafiadores tempos recentes na distribuição de seguros

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Durante a edição deste ano do CQCS Insurtech & Innovation, Caio Valli – Diretor Geral de Seguros do Conglomerado Alfa e Luciano Lima – Diretor Comercial da SulAmérica participaram do painel “O legado dos desafiadores tempos recentes na distribuição de seguros”, no dia 26 de outubro. A Insurtalks esteve presente e separou abaixo alguns destaques destes participantes sobre o tema do painel.

“O corretor de seguros vai acabar”

Luciano Lima, diretor comercial da SulAmérica inicia sua palestra com essa frase controversa para chamar a atenção de todos sobre o modo antigo de fazer negócios relacionados a esse profissional. Ele esclarece a frase polêmica explicando a que ela se refere: “O corretor de seguros vai acabar! O profissional, não a profissão. O profissional que não acompanhar as tendências que a economia está mostrando no dia a dia, principalmente impactadas pela pandemia, e todas as mudanças de comportamento do mercado consumidor”.

A importância do digital já foi compreendida pelo corretor

Segundo Lima, após o processo de transformação acelerado pela pandemia, o corretor passou a entender que o digital pode ser usado como ferramenta para melhorar seu trabalho. Ele declarou: “O que que evoluiu nesse período na pandemia? A capacidade do corretor entender a importância do digital até mesmo no relacionamento deles com os segurados e que isso seria benéfico e não maléfico”.

Relação entre empresas como iFood, Netflix, Uber e o corretor de seguros

O diretor comercial da SulAmérica desenha um paralelo entre o tipo de ligação que algumas empresas têm com a demanda de seus consumidores e a natureza da atividade do corretor para demonstrar analogia entre eles:

“Qual a principal característica de empresas como iFood, Netflix e Uber? Elas ligam o consumidor a alguém que tem o que o consumidor quer. Netflix entrega conteúdo para quem quer conteúdo; Uber entrega um carro para quem quer ir de um lugar para o outro e o IFood entrega comida, que é feita no restaurante, para quem quer comer. Qual é a relação dessas empresas com o corretor de seguros? O segurado tem a necessidade dos seguros, o corretor de seguros vai na seguradora, pega essa necessidade de seguros e leva para o segurado. Pega todas as alternativas que têm e leva para o segurado. Então, se vocês fizerem uma analogia, o corretor de seguros hoje está na cadeia principal do mercado consumidor. Ele faz exatamente o que as empresas de maior sucesso, que participam da vida do consumidor fazem”.

A crise na pandemia

Caio Valli, diretor geral de seguros do conglomerado Alfa, começou sua fala traçando um panorama dos tempos da pandemia: “A gente passou pela maior crise sanitária e, sem dúvida, a maior crise da economia moderna (…). O momento do ‘fique em casa’ mostrou para o mercado a sinistralidade real. O mercado entendeu que tinha um espaço e, com a fase do isolamento social, mudou a precificação (…). Preços de peças, preços de mão de obra…essas dificuldades foram impostas para o mundo durante a pandemia. Percebemos um aumento como nunca tínhamos visto. Olhávamos e pensávamos que carro usado está valendo mais que carro novo”.

O “novo normal”

Valli continuou sua reflexão falando sobre como o panorama do auge da pandemia, com a falta de suprimentos, a inflação e tudo o mais que que acontecia no mercado mundial, desencadeou em um novo modelo de negócios (com a necessidade de preservar a saúde física e mental das equipes, parceiros, corretores) e numa nova noção de realidade. Ele disse: “Lembro que quando começou o processo de home office todo mundo achava que duraria um mês de casa e a vida voltaria ao normal. Esse um mês não foi exatamente um mês e a vida, até hoje, não podemos dizer que voltou ao normal. E que normal é esse, se pensarmos olhando para o futuro e olhando para todas essas perspectivas que nos foram impostas?” Ele continua o raciocínio e acrescenta: “Em algumas empresas que trabalhei no passado o assunto home office era um tema quase proibido, por questão de segurança ou de não acreditar no modelo de negócios. De repente, a crise fez com que a transformação para o trabalho remoto fosse instantânea.Eu vi empresas que não aceitavam o home office ou não permitiam por questão de segurança, de repente teve que aderir à transformação instantaneamente e passar a ser 100% home office”.

“Muitas coisas que eram desejadas naquele momento, passaram a ser necessárias”

Caio ressalta que, por conta do “novo normal” que incluía pessoas trabalhando e comprando de dentro de suas casas, novos produtos passaram a ser demandados, novos modelos de negócios e, principalmente, novas formas de relacionamento. Nas palavras dele: “A forma como a gente se relaciona com as pessoas e com os clientes mudou muito (…). Muita gente fala de pagamento digital e tudo mais. Tudo isso era uma coisa que, antes da pandemia, a gente, talvez, fosse mais tolerante a romper. Depois, a gente já quer uma jornada sem contato, uma jornada digital. O cliente nos impõe muito mais essa forma moderna de se relacionar. E a gente percebe que muitas coisas que eram desejadas naquele momento, passaram a ser necessárias”.

Desafio O diretor da Alfa falou sobre os desafios enfrentados pela indústria e como ela precisou se reinventar para sobreviver: “Toda essa preocupação, toda essa fase que a gente viveu nos levou a muitos desafios: como engajar as pessoas para trabalhar? Como garantir que as relações comerciais continuam durante a pandemia, se não podemos visitar, não podemos sair de casa? (…) Acho que o exercício de olhar para dentro e refletir, fez com que as Companhias se reposicionassem. Então a gente percebe, por exemplo, que ESG é um negócio que está em todas as empresas. Há uma preocupação muito grande com o social, com o meio ambiente e com a sociedade de uma maneira geral. Não tenho dúvida de que isso também gerou um movimento de inovação”.

Agilidade para resolver vulnerabilidades faz a diferença

De acordo com Valli, há cada vez mais novas empresas surgindo com novas ideias e isso fez com que todas as outras repensassem seu modelo de negócios. Ele declarou: “As prioridades estão sendo revisitadas. Acho que a crise revelou muitas vulnerabilidades e as empresas entenderam que ter agilidade para resolver essas vulnerabilidades pode fazer a diferença. Acho que, em meio a tanta imprevisibilidade, a gente consegue olhar e perceber um legado muito grande que foi deixado nesse momento”.

Fonte: Insurtalks

Link original: https://www.insurtalks.com.br/posts/o-legado-dos-desafiadores-tempos-recentes-na-distribuicao-de-seguros

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