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Manchetes do Mercado

22 de março de 2022

Copom: Guerra pode resultar em pressão prolongada sobre a inflação e exigir mais ‘aperto monetário’

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em ata divulgada nesta terça-feira (22), avaliou que a guerra entre Rússia e Ucrânia pode ter consequências de longo prazo para a inflação, o que pode exigir uma alta ainda maior da taxa básica de juros brasileira, a Selic.

As observações constam na ata da última reunião do comitê, realizada na semana passada. Na ocasião, o comitê decidiu elevar a taxa Selic de 10,75% ao ano para 11,75% ao ano. Foi o nono aumento consecutivo. Com isso, a Selic alcançou o maior nível em quase cinco anos.

Na ata, o comitê afirma que prevê um “ajuste da mesma magnitude” na próxima reunião, ou seja, mais uma alta de um ponto percentual, o que, se confirmada, levaria a taxa Selic para 12,75%. Porém, pondera que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados.

“Entretanto, o Comitê reconhece o cenário desafiador para a convergência da inflação para suas metas e reforça que estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário, caso o cenário evolua desfavoravelmente”, disse o comitê na ata.

“O Copom avalia que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques. Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário”, completou o Copom.

Guerra
Entre esses choques que podem levar a alterações na condução da política de juros está o conflito entre Rússia e Ucrânia. A maior preocupação do comitê é com o impacto no conflito na produção mundial de bens, o que pode aumentar a inflação ao longo do tempo.

“Em particular, o choque de oferta decorrente do conflito tem o potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando tanto em economias emergentes quanto avançadas. Desde a última reunião, a maioria das commodities teve avanços relevantes em seus preços, em particular as energéticas”, relata o Copom em ata.

“Na visão do Comitê, esses desenvolvimentos [o conflito na Europa e as sanções aplicadas à Rússia] podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens.”

Políticas fiscais
No cenário interno, o Comitê avalia que políticas fiscais que aumentem o consumo ou piorem a condução futura das contas públicas podem “impactar negativamente preços de ativos importantes e elevar os prêmios de risco do país”.

O recado vem em meio à pressão para o governo subsidiar os combustíveis, que tiveram uma alta significativa nos preços nos últimos meses. Até o momento, o governo e o Congresso aprovaram mudanças apenas na cobrança dos impostos.

Na ata, o Copom reitera que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para o crescimento sustentável da economia. “Esmorecimento no esforço de reformas estruturais e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, alerta.

Fonte: G1

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