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Manchetes do Mercado

22 de novembro de 2023

2024 e as expectativas para a economia nacional e global

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Com o ano terminando, crescem as expectativas sobre o que esperar do cenário econômico em 2024, principalmente, por conta das guerras que acometem Ucrânia e Israel. Além da eleição presidencial nos Estados Unidos, que também corrobora em uma possível mudança no contexto mundial, a atual situação do Brasil frente aos vários desafios internos e externos pode trazer alguma turbulência para o ano de 2024.

De acordo com o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Cruzeiro do Sul, Nelson Calsavara Garcia Junior, no cenário interno, a expectativa é que a inflação oscile entre 3,50% e 4,00%. Para o especialista, isso não seria ruim, visto que a meta do teto indicado pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,5%. Já o PIB deverá apresentar uma variação mais modesta (1,40% a 2%) comparada ao ano de 2023.

“Esse crescimento pequeno pode impactar negativamente o emprego no país, pois é um valor insuficiente para abarcar tantos os ingressantes no mercado de trabalho como pessoas desempregadas. Outra questão importante que definirá os rumos da selic e do dólar para o próximo ano, além de todo o ruído causado pelo cenário externo, diz respeito ao comportamento das contas públicas. Em outras palavras, será importante acompanhar qual o tamanho do déficit nessas contas. Quanto maior o déficit, mais pressão será exercida pelo aumento da taxa selic e com maior incerteza, a cotação do dólar pode aumentar, desvalorizando o real”, afirma.

Ainda no cenário interno, o resultado das contas públicas será muito importante para ditar os rumos da selic. Por enquanto, a previsão é que a taxa selic feche o ano de 2024 em 9,25%. Até o momento, trata-se de um avanço em relação ao ano de 2023.

Sobre a taxa de desemprego no Brasil, o especialista diz que o crescimento tende a ser menor, implicando em um mercado de trabalho menos aquecido. Entretanto, Nelson reforça que as previsões ainda não são pessimistas, uma vez que o aumento no indicador deve ser bem pequeno quando comparado com os números de 2023.

Em relação ao preço dos alimentos, o especialista comenta que existe uma relação direta com o clima e o preço do dólar. Com muito calor e fortes chuvas, como tem ocorrido, as lavouras podem ser prejudicadas, forçando o aumento nos preços. Já em relação ao dólar, a variação de preço ocorre de acordo com os cenários externo (economias de países relevantes, como o EUA, China, entre outros, guerras, e outros motivos) e do interno, como o comportamento das contas públicas. “Como a previsão da inflação para o próximo ano está menor do que os 4,50% de meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, ainda que ocorra um aumento nos preços dos alimentos, o mesmo não seria forte o suficiente para alterar significativamente a inflação”, analisa.

O que será da economia global?

Já para o cenário mundial, um dos dados que mais chamam atenção é a possibilidade de recessão para a economia americana. Se a previsão for confirmada, pode ajudar a explicar um pouco da dificuldade que a economia brasileira enfrentará para apresentar crescimento. Nos EUA, além da questão econômica, outro ponto é a eleição presidencial, que costuma causar efeitos sobre a economia. “Dito isso, ainda cabe ressaltar que não existe uma luz no fim do túnel para o conflito entre Ucrânia e Rússia, além de todo o problema recente no Oriente Médio”.

A respeito das guerras em Israel e Ucrânia, o coordenador salienta que a situação no próximo ano vai depender muito do comportamento dos países envolvidos, se outros países irão entrar na guerra e, em caso positivo, quais serão eles, entre outros aspectos. “Se houver uma escalada nas guerras, outro ponto importante será acompanhar qual o papel que a ONU irá adotar. Por exemplo, serão adotadas algum tipo de sanções? Para quais países? Qual será o posicionamento de países como a Rússia, China e os EUA? Tudo isso pode afetar a economia nos próximos meses e gerar um novo rumo”, finaliza.

Fonte: O Presente Rural

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