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15 de janeiro de 2025

TCU Determina Maior Controle em Pagamentos Indevidos do Seguro Proagro

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O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Banco Central (BC) e o Ministério da Agricultura implementem, em até seis meses, medidas mais rigorosas de controle sobre o seguro Proagro, que indeniza agricultores por perdas na lavoura. A decisão foi comunicada no final de 2024, após auditoria identificar falhas graves no programa.

Pagamentos Elevados e Supostas Irregularidades

Em 2024, o Proagro desembolsou R$ 9 bilhões, um aumento significativo em comparação aos R$ 6 bilhões de 2023. Desses, 95% foram destinados a agricultores do Paraná e Rio Grande do Sul, muitos sem a devida fiscalização.

  • Conflitos de Interesse: Perícias realizadas por profissionais próximos aos produtores levantaram suspeitas de laudos falsos.
  • Excesso de Perícias: Alguns peritos chegaram a realizar mais de 750 perícias em um ano, média considerada impossível.
  • Cobertura Indevida: Agricultores que desrespeitaram as diretrizes do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) também foram indenizados.

Impacto Econômico

Em algumas cidades do Paraná, como Verê e São João, as indenizações do Proagro superaram os repasses federais via Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

  • Verê: R$ 276,5 milhões pagos em indenizações contra R$ 17,5 milhões recebidos via FPM.
  • São João: R$ 156 milhões do Proagro, comparados a R$ 25,7 milhões do FPM.

Desafios e Recomendações

O TCU apontou que a falta de fiscalização desde 2019 e incentivos inadequados têm perpetuado perdas:

  1. Plantio em Áreas de Risco: Grãos cultivados fora das condições ideais indicadas pelo Zarc.
  2. Estímulo às Perdas: Culturas menos rentáveis, como o trigo, recebem menor cuidado em comparação a soja e milho.

O relatório concluiu que o Proagro, na forma atual, serve mais como incentivo para práticas inadequadas do que como proteção para pequenos agricultores.

Próximos Passos

O TCU exige:

  • Supervisão contínua dos processos de comprovação de perdas.
  • Alinhamento do crédito rural às diretrizes do Zarc.
  • Criação de mecanismos eficazes para evitar fraudes e má utilização dos recursos públicos.

Os ministérios da Fazenda e da Agricultura, assim como o Banco Central, ainda não se manifestaram sobre as medidas.

Fonte: CQCS

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