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Manchetes do Mercado

16 de novembro de 2023

Setor de serviços varia -0,3% em setembro

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Em setembro, o volume de serviços prestados no país apresentou variação de -0,3% frente ao mês anterior. Pelo segundo mês seguido, o setor registra resultado negativo acumulando uma perda de 1,6%, eliminando parte do ganho de 2,2% do resultado somado de maio a julho. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (14) pelo IBGE.

Com o resultado, o setor de serviços está 10,8% acima do nível de pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 2,6% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em dezembro de 2022. No indicador acumulado do ano, o volume de serviços tem alta de 3,4% frente ao mesmo período de 2022. Já o acumulado dos últimos 12 meses é de 4,4%.

“Setembro foi o terceiro mês de menor receita oriunda de prestação de serviços no ano, na frente apenas de janeiro e abril”, registra Rodrigo Lobo, analista da pesquisa. Três das cinco atividades da PMS tiveram queda, com destaque para o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que recuaram de 1,1%, influenciado pela menor receita vinda das atividades: jurídicas, de limpeza e de serviços de engenharia. “Houve apenas uma movimentação natural do conjunto de empresas que compõe esses segmentos, não identificamos nenhum componente especial que tenha motivado a queda do setor”, afirma o analista. Com o resultado, a atividade elimina o ganho de 0,8% verificado em agosto.

Outra queda que chamou a atenção foi a de informação e comunicação , que recuou 0,7% e emplacou o terceiro revés consecutivo, acumuladando perda de 1,7% no período julho-setembro, pressionado principalmente pelo setor de suporte técnico, manutenção e outros serviços em TI. Já em transportes (-0,2%), o ligeiro decréscimo foi influenciado pelos setores de transporte rodoviário de carga, o principal segmento desse grupo e um dos maiores pesos da pesquisa, seguido por transporte áereo de passageiros. “Neste ramo, o resultado foi influenciado pelo aumento das passagens aéreas observado em setembro (13,47%), o que acabou pressionando negativamente a receita real das companhias aéreas”, afirma Lobo.

Grande festival de música exerce influência positiva

Entre os dois setores com alta no mês, destaque para serviços prestados às famílias, que avançou 3,0%, recuperando boa parte da queda de agosto (-3,7%). Nesse setor, a principal influência foi do segmento “Outros serviços prestados às famílias”, diretamente impactado pela atividade de espetáculos musicais. “Houve um grande festival de música, realizado em São Paulo, em setembro, que acabou impactando no setor como um todo”, justifica o pesquisador.

Já o setor de outros serviços cresceu 0,8%, após três resultados negativos seguidos, quando acumulou perda de 3,3%.

Serviços recuam em 17 das 27 Unidades da Federação em setembro

A maior parte (17) das 27 Unidades da Federação (UF) teve queda no volume de serviços em setembro de 2023, na comparação com agosto. O impacto negativo mais importante veio de São Paulo (-1,2%), seguido por Goiás (-4,5%), Rio Grande do Sul (-1,6%) e Distrito Federal (-2,6%). Em contrapartida, Rio de Janeiro (1,9%), seguido por Ceará (1,9%) e Pernambuco (1,0%) registraram as principais altas.

Na comparação interanual, volume de serviços apresenta queda após dois anos e meio

A PMS também mostrou que, no confronto contra setembro de 2022, o setor de serviços apresentou recuo de 1,2%, interrompendo uma longa sequência de dois anos e meio de taxas positivas nessa comparação. Segundo Rodrigo Lobo, essa queda foi relativamente disseminada na análise setorial, mas em âmbito regional, apenas 10 das 27 Unidades da Federação (UFs) acompanharam o movimento de queda verificado no país como um todo. Enquanto no primeiro recorte, o recuo foi puxado pelos setores de transportes e de outros serviços, regionalmente, São Paulo liderou as perdas do setor de serviços. “As menores receitas vindas de gestão de portos terminais, transporte rodoviário coletivo de passageiros e de serviços financeiros auxiliares, investigadas nos dois setores mencionados, coincidem com as pressões negativas verificadas em São Paulo, que acabou tendo papel determinante para que índice nacional tivesse recuado”, afirma o analista.

Assim, o recuo mais importante ficou com São Paulo (-7,3%). Por outro lado, Rio de Janeiro (5,5%), Paraná (11,1%) e Mato Grosso (20,8%), seguidos por Minas Gerais (4,3%), Mato Grosso do Sul (12,4%) e Ceará (5,3%) assinalaram os principais avanços.

No acumulado do ano, 25 das 27 Unidades da Federação registraram crescimento

No acumulado até setembro de 2023, frente a igual período de 2022, o avanço do volume de serviços no Brasil foi acompanhado por 25 das 27 UFs. Os principais impactos positivos foram de Minas Gerais (8,4%), Paraná (11,9%) e Rio de Janeiro (5,2%), seguidos por Mato Grosso (18,1%), Santa Catarina (9,2%) e Rio Grande do Sul (6,0%). As únicas influências negativas foram de São Paulo (-0,9%) e Amapá (-3,8%).

Atividades turísticas crescem; Transporte de passageiros e de cargas recuam em setembro

O índice de atividades turísticas cresceu 1,5% na passagem de agosto para setembro, após queda de 1,4% no mês anterior. Dessa forma, o segmento se encontra 6,1% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 1,4% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Regionalmente, apenas cinco dos 12 locais pesquisados cresceram, com a contribuição positiva mais relevante sendo registrada no Rio de Janeiro (9,7%), seguido por Minas Gerais (2,1%) e Santa Catarina (6,2%). Em sentido oposto, Ceará (-1,7%), Rio Grande do Sul (-0,6%) e Distrito Federal (-0,7%) assinalaram os principais recuos em termos regionais.

Já o volume de transporte de passageiros no Brasil teve queda de 1,1% frente ao mês imediatamente anterior, eliminando o crescimento de 0,7% de agosto. O segmento se encontra 0,9% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 23,7% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Por sua vez, o volume do transporte de cargas também variou negativamente, com decréscimo de 0,2% em setembro de 2023, após ter recuado 1,8% em agosto. Este segmento se situa 1,8% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023). Em relação ao nível pré-pandemia, está 43,5% acima de fevereiro de 2020.

Fonte: IBGE

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