Rede Clima assume assento no Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima
A Rede Clima (Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Ambientais Globais) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) passou a ser membro permanente do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM). A incorporação foi formalizada por decreto presidencial. O CIM é a instância responsável por acompanhar a implementação das ações e das políticas públicas no âmbito do governo federal relacionadas à Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).
Responsável pelo CIM, o secretário-adjunto de Análise Governamental da Casa Civil, Daniel Gama Colombo, avalia que a incorporação da Rede Clima representa um avanço na inclusão do conhecimento científico e de representantes da pesquisa nacional na governança deliberativa da PNMC. “A evidência científica é subsídio fundamental para o processo decisório acerca das políticas públicas ambientais e de mudança do clima”, afirmou Colombo.
Com mais de 15 anos de existência, a Rede Clima é um dos instrumentos da PNMC para prover evidências científicas sobre mudanças climáticas. Mais de cem pesquisadores e especialistas estão reunidos em sub-redes que cobrem 16 temáticas relacionadas à área.
Na avaliação do coordenador científico da Rede Clima, Moacyr Araújo, a principal contribuição da rede de pesquisadores é oferecer aportes da ciência para a discussão no âmbito do CIM. “A Rede Clima agrega uma grande quantidade de pesquisadores nas diversas áreas de atuação, envolvendo tópicos e temas fundamentais da mudança do clima e do processo de mitigação e adaptação. Então, a principal contribuição será a de trazer a ciência mais próxima dos tomadores de decisão e contribuir para a definição das políticas públicas”, explica Araújo.
Ele também avalia que a Rede de pesquisa poderá contribuir com subsídios nos processos de negociação. “Trazer aspectos que possam ajudar na negociação brasileira no âmbito da Convenção do Clima e entidades federais e subnacionais”, complementa.
O diretor para Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Moraes, destaca que a Rede Clima subsidia as principais contribuições da pasta ministerial para os compromissos do Brasil perante a Convenção do Clima. Moraes cita como exemplos dessas contribuições, que utilizam “a ciência no estado da arte”, as Comunicações Nacionais do Brasil à Convenção Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima, que inclui o Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa. “A Rede Clima ter um assento no CIM, mesmo que sem direito a voto, será a voz da ciência para guiar a Política Nacional de Mudanças Climáticas”, afirma.
Em fevereiro, a Rede Clima lançou o Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas, que será responsável por construir relatórios com informações baseadas em evidências científicas voltadas aos tomadores de decisão sobre temáticas prioritárias nacionais relacionadas às mudanças climáticas e ambientais. O MCTI, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), investiu R$ 10 milhões no projeto que tem previsão de execução de 48 meses. Além disso, um edital do MCTI em conjunto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) investiu R$ 50 milhões para pesquisas na área.
Fonte: MCTI
Publicado em: Clima