Produção de milho da China deve cair após tufões arrasarem plantações
(Reuters) – A safra de milho da China deve recuar em até 10 milhões de toneladas em relação às últimas estimativas do governo, ou quase 4%, depois que fortes ventos e chuvas arrasaram plantações nas principais áreas de produção no cinturão de milho do nordeste chinês, disseram analistas.
A expectativa de perdas na produção levaram os futuros de milho na China a uma alta recorde e alimentaram preocupações com a escassez de oferta no segundo maior consumidor do grão do mundo, depois de uma redução nos gigantescos estoques estatais e aumento das importações.
“Acreditamos que a produção de milho na região Nordeste cairá entre 5-10 milhões de toneladas nesta ano (safra)”, disse Zhang Dalong, analista da Cofco Futures, referindo-se à última estimativa de produção do Ministério da Agricultura para a safra 2019/20, de 260,7 milhões de toneladas.
Três tufões atingiram o principal cinturão de milho da China nas províncias de Heilongjiang, Jilin, Liaoning e na região da Mongólia Interior no final de agosto e início de setembro, destruindo plantas e inundando campos assim que a lavoura de milho atingiu a maturidade.
“Ter a plantação arrasada não é o mesmo que não ter colheita, e você talvez recupere alguma produção se houver um tratamento adequado depois”, disse Meng Jinhui, analista da Shengda Futures, que deu uma projeção inicial de queda de 5 milhões de toneladas na produção no nordeste chinês.
As perdas de safra ocorrem em um momento de fortalecimento da demanda da indústria de produção de carne, que está se recuperando rapidamente, alimentando preocupações sobre a potencial escassez de oferta do grão para o setor de ração.
O contrato futuro do milho mais ativo negociado na Bolsa de Commodities de Dalian com entrega para janeiro subiu para um recorde de 2.419 iuanes (357,16 dólares) por tonelada na segunda-feira.
Com a queda da produção doméstica, a China deve importar mais de grandes fornecedores como os Estados Unidos.
O milho estrangeiro “é barato, então faz sentido comprar. Não temos grãos suficientes para ração, mas podemos simplesmente comprar”, disse um executivo de uma trading agrícola estatal que não quis ser identificado por não ter autorização para falar com a mídia.
Publicado em: Agro&Negócios, Internacional