Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação vai a 1,23% em fevereiro
A prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 1,23% em fevereiro de 2025. O resultado representa um aumento de 1,12 ponto percentual (p.p.) em relação a janeiro (0,11%). Os principais impactos vieram dos grupos Habitação (4,34%, impacto de 0,63 p.p.) e Educação (4,78%, impacto de 0,29 p.p.). Este é o maior avanço do IPCA-15 desde abril de 2022 (1,73%) e o mais alto para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%).
Principais influências no índice
Dos nove grupos pesquisados, Habitação (4,34%) teve o maior impacto (0,63 p.p.), enquanto Educação apresentou a maior variação (4,78%). Em contrapartida, os únicos setores com taxas negativas foram Vestuário (-0,08%) e Comunicação (-0,06%). No acumulado de 12 meses, o índice subiu para 4,96%, acima dos 4,50% registrados no período anterior.
Habitação: impacto da energia elétrica
A alta no grupo Habitação foi impulsionada pela energia elétrica residencial, que subiu 16,33% em fevereiro, após a redução de 15,46% em janeiro devido ao bônus de Itaipu. Já a taxa de água e esgoto aumentou 0,52%, reflexo de reajustes em Belo Horizonte (3,60%) e Porto Alegre (1,79%). O gás encanado teve queda de 0,32%, com variações regionais: aumento de 2,01% no Rio de Janeiro, reduções em Curitiba (-1,25%) e São Paulo (-1,41%).
Educação: reajustes no início do ano letivo
No grupo Educação, a maior pressão veio dos cursos regulares, que subiram 5,69%, acompanhando os reajustes anuais das mensalidades escolares. Os maiores aumentos foram observados no ensino fundamental (7,50%), ensino médio (7,26%) e ensino superior (4,08%).
Alimentação: desaceleração no domicílio e fora de casa
O grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,61%, com destaque para a alimentação no domicílio (0,63%), embora abaixo do 1,10% de janeiro. Os produtos com maiores altas foram cenoura (17,62%) e café moído (11,63%), enquanto os que mais caíram foram batata-inglesa (-8,17%), arroz (-1,49%) e frutas (-1,18%).
A alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,56%, ante 0,93% em janeiro. Tanto a refeição (0,43%) quanto o lanche (0,77%) apresentaram variações menores que no mês anterior (0,96% e 0,98%, respectivamente).
Transportes: combustíveis em alta e passagens aéreas em queda
No grupo Transportes (0,44%, impacto de 0,09 p.p.), os combustíveis subiram 1,88%, com altas no etanol (3,22%), óleo diesel (2,42%) e gasolina (1,71%). Já o gás veicular teve queda de 0,41%. Por outro lado, as passagens aéreas registraram redução expressiva de 20,42%.
O ônibus urbano teve alta de 5,20%, refletindo reajustes nas tarifas em diversas capitais, como São Paulo (14,68%), Rio de Janeiro (6,34%) e Belo Horizonte (5,31%). O táxi também subiu 1,60%, com destaque para Salvador (4,79%) e Rio de Janeiro (4,61%).
Variação regional: Recife lidera alta, Goiânia tem menor inflação
Entre as regiões pesquisadas, Recife registrou a maior variação, 1,49%, impulsionada pela alta na energia elétrica residencial (14,78%) e na gasolina (3,74%). Já Goiânia teve o menor índice, 0,99%, devido à queda nas passagens aéreas (-26,67%) e no arroz (-2,67%).
Fonte: IBGE