Preços da indústria caem 0,31% em janeiro, terceira queda consecutiva
Pela terceira vez consecutiva, os preços da indústria nacional registraram queda, demonstrando um cenário desafiador para o setor. Em janeiro de 2024, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou uma redução de 0,31% em comparação com dezembro de 2023. Essa queda acumulada atingiu 5,56% nos últimos 12 meses, refletindo uma tendência de retração que vem se mantendo ao longo do período.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 5 de março, a análise dos números revela que o setor industrial enfrenta desafios significativos. Em janeiro de 2023, a taxa de variação foi de 0,29%, evidenciando uma mudança acentuada no cenário econômico ao longo do ano.
No mês de janeiro de 2024, dentro das 24 atividades industriais pesquisadas, oito apresentaram variações negativas de preço em relação ao mês anterior. Isso reflete a tendência de queda observada no índice geral da indústria. Em dezembro de 2023, esse número era ainda maior, com 12 atividades registrando preços médios menores.
Segundo Murilo Alvim, analista do IPP, a sequência de resultados negativos após um período de três meses consecutivos de altas é preocupante. Apesar de não haver uma queda generalizada em toda a indústria, 15 setores registraram aumento de preços, o que sugere uma heterogeneidade na dinâmica econômica do país.
A análise por setor revela que algumas atividades exerceram maior influência nos resultados de janeiro. O refino de petróleo e biocombustíveis, por exemplo, registrou uma queda de 0,51 ponto percentual, enquanto as indústrias extrativas tiveram uma variação positiva de 0,23 ponto percentual. O setor de alimentos também apresentou uma queda de 0,18 ponto percentual.
No entanto, nem todos os setores enfrentaram desafios em janeiro. As indústrias extrativas, impulsionadas pelo aumento nos preços do minério de ferro, registraram uma variação positiva expressiva. O setor de impressão também apresentou uma variação média de 1,79%, com destaque para os produtos destinados à publicidade e livros impressos sob encomenda.
Em termos de categorias econômicas, os bens de consumo duráveis registraram uma variação de 0,08%, enquanto os bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresentaram uma variação de 0,43%. Já os bens intermediários registraram uma queda de 0,88%, refletindo a complexidade da dinâmica econômica enfrentada pelo país.
Esses dados destacam a importância de uma análise detalhada dos diferentes setores e categorias econômicas para compreender a dinâmica dos preços na indústria nacional. Além disso, evidenciam os desafios enfrentados pelo setor industrial em um cenário de volatilidade econômica e incertezas globais.
Fonte: IBGE