Pesquisa identifica fungos do solo que eliminam 100% o mofo-branco, que afeta soja, feijão e algodão

Pesquisadores brasileiros identificaram cepas do fungo Trichoderma com capacidade de eliminar totalmente os escleródios do Sclerotinia sclerotiorum, causador do mofo-branco — doença que afeta cultivos como soja, feijão e algodão. O estudo, liderado pela Unesp e com apoio da Embrapa, abre caminho para o uso do Trichoderma como biofungicida de alta eficácia.
Alternativa sustentável ao uso de fungicidas químicos
Tradicionalmente, o controle do mofo-branco exige fungicidas químicos caros e de alto impacto ambiental. O uso de Trichoderma, especialmente das espécies T. yunnanense e T. dorotheae, mostrou até 97,5% de eficácia na inibição do fungo, oferecendo uma alternativa mais segura e sustentável.
Biocontrole integrado ao manejo agrícola
O biocontrole com Trichoderma deve ser combinado com práticas como rotação de culturas, uso de sementes sadias e sanitização de máquinas. A presença de matéria orgânica também favorece a ação dos microrganismos benéficos no solo.
Redução da agressividade do patógeno
Além de inibir a germinação, o Trichoderma reduz a virulência do mofo-branco, interferindo na produção de ácido oxálico, substância essencial para a infecção da planta.
Brasil lidera mercado global de bioinsumos
O Brasil responde por 20% do consumo mundial de bioinsumos agrícolas e lidera o setor de controle biológico. Entre 2021 e 2022, o mercado cresceu 67% no país, impulsionado por demandas ambientais e econômicas.
Próximos desafios da biotecnologia agrícola
Para manter a liderança, o Brasil precisa investir em pesquisa e desenvolvimento de biofungicidas para doenças como a ferrugem do cafeeiro e a ferrugem asiática da soja. A capacitação de agricultores e o avanço de bioherbicidas também são prioridades.
Fonte: Embrapa