Retomada do PAC deve dobrar a demanda por seguro garantia
Entre janeiro e agosto de 2023, o ramo de seguro garantia atingiu R$ 3,3 bilhões em arrecadação. A expectativa é de um crescimento de 29,1% até o final do ano, totalizando R$ 4,3 bilhões. Dados da CNseg indicam que a demanda adicional gerada pelas obras do PAC poderia elevar esse valor entre R$ 5 e R$ 10 bilhões até 2030. O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras, Dyogo Oliveira, ressalta a importância deste setor para o desenvolvimento da infraestrutura no Brasil.
Oportunidades em Infraestrutura
Durante o Fórum Brasil-Reino Unido, realizado em Londres, representantes dos governos brasileiro e britânico, além de executivos de seguradoras e resseguradoras, debateram os desafios e as oportunidades trazidas pela nova onda de investimentos em infraestrutura. Com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estimados em R$ 1,7 trilhão, a atuação do setor segurador e ressegurador será crucial para garantir as obras no Brasil.
Nova Lei de Licitações
A nova Lei de Licitações estabelece que o percentual do seguro garantia exigido pode aumentar de 5% para até 30% do valor do contrato. Essa alteração permitirá que as seguradoras garantam a conclusão das obras caso a empresa contratada não cumpra suas obrigações. Atualmente, cerca de 40% das obras públicas no Brasil estão paralisadas, o que torna essa mudança ainda mais necessária.
Desafios e Perspectivas
Para que o crescimento previsto se concretize, todos os contratos precisam exigir o percentual máximo de 30% como importância segurada. Leonardo Deeke Boguszewski, presidente do conselho de administração da Junto Seguros, destaca que muitas contratações federais ainda não exigem seguro garantia ou o fazem em percentual reduzido. “O governo deve ampliar o uso do seguro, e esperamos que isso ocorra gradativamente nos próximos anos”, afirma.
Colaboração Internacional
Jorge Sant’Anna, CEO da BMG Seguros, enfatiza a necessidade de aproximar o mercado internacional dos projetos de infraestrutura brasileiros. Para a BMG, entre R$ 40 e R$ 45 bilhões em resseguro serão necessários para suportar o aumento das obras do PAC até 2030. Marcos Falcão, CEO do IRB, também reconhece a importância do mercado ressegurador, defendendo a colaboração com resseguradoras internacionais.
Conclusão
A ampliação da capacidade em seguro garantia é fundamental para a continuidade das obras de infraestrutura no Brasil. Leonardo afirma que eventos como o promovido pela CNseg no exterior reforçam o compromisso do governo com a agenda de infraestrutura. “O sucesso dos grandes projetos depende de um adequado compartilhamento de riscos. Se cada um fizer sua parte, o Brasil pode transformar sua infraestrutura na próxima década”, conclui.
Fonte: Revista Apólice