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24 de fevereiro de 2023

Observatório 2030: Estudo apresenta plataforma de monitoramento sustentável nas empresas

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Muitas ações estão sendo tomadas no âmbito empresarial, mais conhecidas atualmente como práticas de ESG. É nesse contexto que a pesquisadora Gabriela Rozman (gerente de Conhecimento e Parceiras Pacto Global da Organização das Nações Unidas) desenvolveu, em parceria com a TNC, CDP, ONU Mulheres, Transparência Internacional, Falconi, INSPER, USP, FGV EAESP e MPT, a Plataforma do Observatório 2030. O objetivo é apresentar um programa de monitoramento de dados públicos das empresas relacionados a questões socioambientais.

Diferentes setores, como público, sociedade civil, empresarial e a ONU evoluíram bastante no setor sustentável, mesmo assim ainda está longe de preencher todas as lacunas existentes para promover uma vida digna para os indivíduos e o planeta. Mas com a pandemia, o cenário foi prejudicado mais ainda e agravou-se. Nesse aspecto, vale ressaltar que existem poucas informações hoje sobre como o setor empresarial tem avançado nas pautas da agenda de sustentabilidade e o observatório 2030 vem para trazer dados e reflexões. Por isso, os temas Clima, Gênero, Água, Corrupção e Salário Digno são aqueles trabalhados hoje no Pacto Global.

É nesse contexto que o Pacto Global se propõe a preencher algumas lacunas para minimizar os danos otimizando algumas metas viáveis para a agenda sustentável. Lançado em 2000 pela ONU, o Pacto Global é hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil participantes, entre empresas e organizações, distribuídos em 70 redes locais, que abrangem 160 países. Ao aderir ao Pacto Global, as empresas podem participar de uma ou mais plataformas de ação, que promovem encontros para debates, trocas de experiências, cursos, projetos, entre outros.

Observatório 2030
A plataforma do Observatório 2030 é uma iniciativa do próprio Pacto Global, em conjunto com a consultoria Resultante e organizações parceiras. O objetivo é monitorar dados públicos para verificar se as empresas, no Brasil, estão aumentando o grau de ambição para caminhar em direção à Agenda 2030, principal agenda global para o desenvolvimento sustentável. De acordo com a pesquisa, o programa inclui o monitoramento de dados públicos empresariais, além da produção de conhecimento sobre o avanço empresarial nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O observatório divide-se em dois pilares:

Monitoramento de dados públicos empresariais relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): O propósito se baseia nos compromissos empresariais voltados para a área sustentável que vem ganhando destaque no ramo.
Produção de conhecimento: O foco aqui é o comprometimento empresarial com uma sociedade mais justa e igualitária, indo além na direção do entendimento profundo sobre os problemas sociais locais voltados para os ODS.
Como resultados desses pilares o Observatório 2030 levantou os dados de Gênero, Clima, Água, Corrupção e Salário Digno das empresas. Em Gênero, por exemplo, percebe-se que das 82 empresas avaliadas, somente 15 reportaram dados de colaboradoras negras no quadro funcional das empresas (BRF, Cemig, Cielo, Cosan, Dexco, Energias BR, Equatorial Energia, Itaú Unibanco, JSL, Movida, RaiaDrogasil, Raízen, Grupo SulAmérica, Vamos e Via). Isso revela que ainda há baixa representatividade em cargos de liderança, demonstrando a necessidade de iniciativas mais estruturadas de retenção de grupos sub-representados nas empresas.

Já em relação ao Clima, os destaques são a ainda baixa adesão e o pouco comprometimento com os programas que mobilizam as empresas a adotarem metas de redução de CO2, mitigando os efeitos do aquecimento global.

Desafios futuros
Na visão das pesquisadoras, apesar das decisões empresariais serem em favor dos ODS, a construção de uma sociedade mais consciente vai além do que já está sendo feito. Já que os desafios de crescimento econômico estão hoje necessariamente andando de forma concomitante com as práticas sustentáveis, as empresas podem apoiar e impulsionar ações para que esses três pilares caminhem juntos. “Se as empresas elevarem a própria ambição de acordo com os ODS, o potencial de impacto então será significativo”, ressaltaram.

“O Pacto Global da ONU estimula e apoia as empresas na construção de metas ambiciosas para a geração de impacto positivo na sociedade e no planeta, ao passo que o Observatório 2030 vai mensurar como as empresas estão avançando coletivamente. É importante compreender que um negócio só se sustenta com um planeta saudável, em que todas as pessoas têm seus direitos garantidos”, concluíram as pesquisadoras.

Fonte: FGV

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