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Manchetes do Mercado

3 de março de 2023

Inflação da indústria sobe 0,29% em janeiro e interrompe série de quedas

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Encerrando uma série de cinco quedas consecutivas, os preços da indústria voltaram a subir, registrando alta de 0,29% em janeiro de 2023 frente a dezembro de 2022. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula um aumento de 2,24% em 12 meses. Em janeiro de 2022, a taxa ficou em 1,20%.

Em janeiro de 2023, 14 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações positivas de preço quando comparadas ao mês anterior, acompanhando a variação registrada no índice da indústria geral. Em dezembro do ano passado, 11 atividades haviam apresentado maiores preços médios em relação ao mês anterior. Os dados foram divulgados hoje (3) pelo IBGE.

“O resultado de janeiro vem após um período de cinco meses seguidos de queda, período em que acumulou uma redução de 7,37% no IPP. Esse é o menor resultado positivo desde setembro de 2021 (0,25%). Há uma clara diferença entre as indústrias extrativas e as de transformação. Enquanto as de transformação continuaram com tendência de queda, as extrativas reverteram sete meses consecutivos de redução e tiveram a maior alta dentre todos os setores pesquisados”, explica Murilo Alvim, analista do IPP.

Os atividades industriais responsáveis pelas maiores influências no resultado de janeiro foram as indústrias extrativas (0,42 p.p.), refino de petróleo e biocombustíveis (-0,18 p.p.), bebidas (0,12 p.p.) e alimentos (0,12 p.p.).

Numa comparação entre janeiro de 2023 com dezembro de 2022, os preços do setor de indústrias extrativas variaram, em média, 9,62%. É o primeiro resultado positivo desde maio de 2022, quando assinalou 12,55%. Com o resultado de janeiro, o acumulado em 12 meses ficou em -7,85%, um pouco menos intenso do que o observado no fechamento de 2022, -7,92%. “O minério de ferro foi o principal responsável por essa alta. A cotação do produto no mercado internacional foi afetada pela expectativa de um aumento na demanda, em consequência de uma possível recuperação econômica da China”, acrescenta Murilo.

Com a segunda maior influência no índice de janeiro, os preços no setor de refino de petróleo e biocombustíveis variaram, em média, -1,50%. O resultado foi negativo como o de dezembro (-5,48%), mas de menor intensidade. A variação em 12 meses ficou em 6,99%, menor taxa desde janeiro de 2021 (-1,22%). Houve redução nos valores do óleo diesel e do querosene de avião, produtos derivados do petróleo, além do álcool.

Os preços do setor de bebidas, por sua vez, aumentaram 5,30% em relação ao mês anterior, destacando-se como a segunda maior variação do mês e a terceira maior influência dentre as demais atividades. Esse resultado é também a terceira maior variação desde o início da série em 2010 (atrás de outubro de 2015 e setembro de 2014, com 9,57% e 7,08% respectivamente) e a maior variação para o mês de janeiro desta série. Outro fato que chama a atenção é a elevação de 16,54% nos preços do setor, quando comparados com janeiro de 2022. “O produto “cervejas e chopp” exerceu a principal influência no resultado, semelhante ao que ocorreu em janeiro do ano passado. As empresas aproveitam a alta demanda no verão e reposicionam os preços”, lembra Murilo.

Já o setor de alimentos apresentou uma variação média de 0,48%. Com isso, o acumulado em 12 meses, que fechara 2022 em 5,03%, avançou para 5,74%. O aumento dos preços do grupo de laticínios, associado a fatores climáticos que elevaram o custo de produção, e do grupo de fabricação e refino de açúcar, por conta de uma oferta reduzida pelo período de entressafra da cana, juntamente com um aumento da demanda externa pelos produtos, foram os maiores responsáveis por fazer do segmento a quarta maior influência no índice de janeiro.

Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, a variação de preços observada na passagem de dezembro de 2022 para janeiro de 2023 repercutiu da seguinte forma: -0,07% de variação em bens de capital; 0,35% em bens intermediários; e 0,28% em bens de consumo, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis foi de 0,55%, enquanto nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de 0,23%.

Fonte: IBGE

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