Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 2,37% em setembro
m setembro de 2020, os preços da indústria subiram 2,37% frente a agosto/2020, uma alta menor do que a observada em agosto/julho (3,31%). O acumulado no ano atingiu 13,46%, contra 10,83% em agosto/2020. O acumulado em 12 meses foi de 15,89%, ante 13,77% em agosto/2020. Em setembro, 21 das 24 atividades tiveram alta de preços, contra 24 em agosto.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).
Período | Taxa |
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Setembro de 2020 | 2,37% |
Agosto de 2020 | 3,31% |
Setembro de 2019 | 0,50% |
Acumulado no ano | 13,46% |
Acumulado em 12 meses | 15,89% |
Em setembro de 2020, os preços da indústria subiram, em média, 2,37% em relação a agosto de 2020. As quatro maiores variações foram nas atividades de alimentos (5,28%), móveis (4,17%), indústrias extrativas (3,81%) e têxtil (3,56%). As maiores influências foram: alimentos (1,31 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-0,24 p.p.), indústrias extrativas (0,21 p.p.) e outros produtos químicos (0,16 p.p.).
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções – Últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
JUL/20 | AGO/20 | SET/20 | JUL/20 | AGO/20 | SET/20 | JUL/20 | AGO/20 | SET/20 | |
Indústria Geral | 3,22 | 3,31 | 2,37 | 7,28 | 10,83 | 13,46 | 11,13 | 13,77 | 15,89 |
B – Indústrias Extrativas | 14,46 | 8,43 | 3,81 | 24,42 | 34,91 | 40,05 | 16,73 | 17,56 | 36,34 |
C – Indústrias de Transformação | 2,67 | 3,02 | 2,29 | 6,48 | 9,69 | 12,21 | 10,84 | 13,55 | 14,88 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
O acumulado no ano atingiu 13,46%, ante 10,83% em agosto/2020. Entre as atividades, as maiores variações foram: indústrias extrativas (40,05%), madeira (24,21%), metalurgia (23,07%) e alimentos (22,81%). Os setores de maior influência foram: alimentos (5,36 p.p.), indústrias extrativas (1,80 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (-1,49 p.p.) e metalurgia (1,34 p.p.).
No acumulado em 12 meses, a variação de preços foi de 15,89%, contra 13,77% em agosto/2020. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (36,34%), alimentos (32,60%), madeira (23,19%) e outros equipamentos de transporte (21,72%). Os setores de maior influência foram: alimentos (7,25 p.p.), indústrias extrativas (1,72 p.p.), metalurgia (1,22 p.p.) e outros produtos químicos (0,92 p.p.).
A variação de preços de 2,37% em relação a agosto repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 1,31% em bens de capital; 2,24% em bens intermediários; e 2,79% em bens de consumo, sendo que 1,53% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 3,05% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
A influência das categorias econômicas sobre o IPP (2,37%) foi: 0,10 p.p. de bens de capital, 1,23 p.p. de bens intermediários e 1,05 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,10 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo duráveis e 0,95 p.p. nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado no ano, as variações de preços da indústria atingiram, até setembro, variação de 13,46%, sendo 14,00% a variação de bens de capital (com influência de 1,05 p.p.), 16,20% de bens intermediários (8,66 p.p.) e 9,62% de bens de consumo (3,76 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,55 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 3,21 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas – Últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Seções | Variações (%) | ||||||||
M/M-1 | Acumulado Ano | M/M-12 | |||||||
JUL/20 | AGO/20 | SET/20 | JUL/20 | AGO/20 | SET/20 | JUL/20 | AGO/20 | SET/20 | |
Indústria Geral | 3,22 | 3,31 | 2,37 | 7,28 | 10,83 | 13,46 | 11,13 | 13,77 | 15,89 |
Bens de Capital (BK) | 1,34 | 1,52 | 1,31 | 10,85 | 12,53 | 14,00 | 14,16 | 14,25 | 15,03 |
Bens Intermediários (BI) | 4,16 | 4,02 | 2,24 | 9,26 | 13,65 | 16,20 | 11,58 | 14,70 | 16,75 |
Bens de consumo(BC) | 2,29 | 2,64 | 2,79 | 3,90 | 6,64 | 9,62 | 9,91 | 12,34 | 14,85 |
Bens de consumo duráveis (BCD) | 1,00 | 0,71 | 1,53 | 5,90 | 6,66 | 8,29 | 7,45 | 8,74 | 9,62 |
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) | 2,56 | 3,05 | 3,05 | 3,49 | 6,64 | 9,89 | 10,44 | 13,10 | 15,96 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria |
Na comparação setembro 2020/setembro 2019, a variação de preços da indústria alcançou, em setembro, 15,89%, com as seguintes variações: bens de capital, 15,03% (1,14 p.p.); bens intermediários, 16,75% (9,10 p.p.); e bens de consumo, 14,85% (5,66 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,64 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 5,01 p.p.
A seguir os principais destaques:
Indústrias extrativas: em setembro, os preços do setor subiram 3,81% em relação a agosto. Taxas positivas se repetiram desde abril, sendo que a de setembro só é maior que a de junho, 3,75%. O acumulado no ano ficou em 40,05%, segunda maior taxa da série, cujo pico se deu em setembro de 2018 (41,64%). No acumulado nos últimos 12 meses, a variação foi de 36,34%, taxa mais intensa que a de agosto, 17,56%.
O setor foi destacado em todos os indicadores, em variação e em influência. Na variação, é a terceira mais intensa frente a agosto e a primeira nos acumulados no ano e em 12 meses. Na influência, é a terceira na variação mensal (0,21 p.p., em 2,37%), e a segunda no acumulado no ano (1,80 p.p., em 13,46%) e nos últimos 12 meses (1,72 p.p., em 15,89%).
Alimentos: os preços do setor subiram 5,28% frente a agosto, terceiro maior resultado na série que se inicia em janeiro de 2010 (5,47% em setembro de 2015 e 5,30% em outubro de 2010. Com isso o acumulado no ano (22,81%) e o acumulado em 12 meses (32,60%) foram os mais altos de suas séries. Além de ser a maior variação mensal, alimentos tem a quarta variação no acumulado no ano e segunda no acumulado em 12 mês. Já na influência, foi o primeiro nos três casos, sendo que no indicador mensal, a influência foi de 1,31 p.p., em 2,37% das indústrias extrativas e de transformação; no acumulado, 5,36 p.p., em 13,46%; e no acumulado em 12 meses, 7,25 p.p., em 15,89%.
Entre os produtos listados como aqueles quatro com as variações e as influências mais intensas, apenas “arroz semibranqueado ou branqueado, mesmo polido ou brunido” aparece tanto como destaque em termos de variação quanto de influência. O grupo de produtos de maior influência (ver quadro a seguir) responde por 3,16 p.p. da variação de 5,28%.
Uma demanda mais intensa, seja interna (no caso do arroz e da carne de frango), seja externa (no caso de carne de boi, resíduo de soja e novamente arroz e carne de frango), explica essa pressão altista, mesmo num mês em que o real sofreu uma pequena (1,1%) apreciação frente ao dólar. No caso dos derivados de soja (o óleo, que não está entre as influências mais fortes, aparece como destaque em termos de variação), uma menor oferta americana também abre espaço para o aumento dos preços no mercado externo.
Refino de petróleo e produtos de álcool: em setembro os preços do setor variaram, em média, -2,83% na comparação contra o mês anterior, depois de três variações positivas consecutivas de preços. Com isso, o acumulado no ano manteve-se com variações negativas, como tem sido desde de fevereiro de 2020, alcançando -13,97%, contra -11,47% observado em agosto. No acumulado de 12 meses, a variação foi de -7,40%. O destaque do setor se deve ao fato de ter sido a segunda influência no indicador mensal (-0,24 p.p., em 2,37%) e a terceira no acumulado no ano (-1,49 p.p., em 13,46%).
As variações negativas, no conjunto das indústrias extrativas e de transformação, ocorreram em muito poucas atividades: frente a agosto, além do “refino de petróleo e produtos de álcool”, houve quedas em “fabricação de produtos do fumo” e “fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores”, ambas com ligação estreita com o movimento cambial (que teve uma apreciação de 1,1% em setembro); no acumulado, uma única atividade acompanha a tendência negativa, “fabricação de bebidas”. Já frente a setembro de 2019, não há outra atividade que acumule variação negativa.
Outros produtos químicos: Os preços da indústria química subiram 2,03 em setembro, em relação a agosto, terceiro aumento após dois meses consecutivos de queda. O setor acumulou uma variação positiva de 15,19% em 2020, superior em quase 20 p.p. à variação acumulada até setembro de 2019, que foi –3,24%. No acumulado em 12 meses, a atividade alcançou 11,24%. Os resultados dos últimos meses devem-se aos preços internacionais, com aumento do preço de diversas matérias-primas importadas, em grande parte devido à depreciação do real frente ao dólar (no ano a depreciação foi de 31,4%, apesar da apreciação do real frente ao dólar em 1,1% ocorrida em setembro) e à redução da oferta.
Metalurgia: o setor registrou alta de 2,27% em setembro, em relação a agosto, terceira variação positiva seguida no ano e com esse resultado a atividade acumulou, no ano, uma variação de 23,07% e, nos últimos 12 meses, 20,05%. O valor do acumulado no ano foi o maior para essa atividade em toda a série do IPP, iniciada em janeiro de 2010. Uma análise dos números-índices da série indica que, entre dezembro de 2018 (base da série atual) e setembro de 2020, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 21,00%.
Publicado em: Agro&Negócios