Centro-Oeste enfrenta recorde de incêndios com prolongada estiagem
O Centro-Oeste do Brasil está vivenciando uma seca prolongada, culminando no maior número de incêndios desde 1988. A temporada de focos de incêndio, que geralmente começa em julho, teve início antecipado em junho devido ao clima quente e às chuvas abaixo da média.
“Normalmente, inicia-se em julho, mas começou já em junho devido ao período quente e às chuvas abaixo da média,” afirma o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.
Temperaturas Extremas e Previsão de Secas
As temperaturas nas áreas afetadas atingem picos de 35 °C a 37 °C, com registros de até 38 °C em Mato Grosso. Müller destaca que, nos próximos cinco dias, não há previsão de chuvas significativas para o Brasil Central. A situação permanece a mesma na próxima semana, entre 30 de junho e 4 de julho, com apenas uma leve chuva prevista para Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia, insuficiente para reposição hídrica.
A seca persistente faz com que a umidade relativa do ar esteja extremamente baixa, aumentando as condições propícias para incêndios. “O último período sem chuva na região agrava muito a situação,” diz o meteorologista Müller.
Impactos na Agricultura
Chuvas significativas para a região Centro-Oeste só devem retornar nas últimas semanas de setembro, atrasando consideravelmente o início da temporada de plantio. Müller indica que, a partir da segunda semana de outubro, são esperados quase 100 mm de chuva, e em novembro, cerca de 120 mm. “Isso é um indicativo para os produtores de que a semeadura precisará ser adiada devido ao atraso das chuvas,” acrescenta.
Regiões Severamente Afetadas
A região do Cerrado e do Triângulo Mineiro está há 70 dias sem chuvas significativas. A massa de ar seco, característica do inverno, permanece, elevando as temperaturas e agravando a seca.
Além do Centro-Oeste, áreas do Sudeste, Rondônia e o interior do Matopiba também enfrentam uma estiagem prolongada, com alguns locais ultrapassando cem dias sem precipitação relevante. A umidade do solo em algumas dessas regiões está abaixo de 20%, afetando negativamente o desenvolvimento de culturas como o milho safrinha.
Fonte: Canal Rural