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Manchetes do Mercado

15 de julho de 2022

ICOMEX: Crescimento dos fluxos de comércio no 1º semestre foi liderado pelos preços

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O resultado do primeiro semestre de 2022 do Indicador de Comércio Exterior (ICOMEX), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), mostra um aumento das exportações liderado pelos preços, pois o aumento do volume exportado foi de 0,2%. O mesmo ocorre nas importações, mas com recuo no volume. Continua a queda do volume exportado para a China, o que levanta dúvidas sobre a futura trajetória das exportações brasileiras para esse país. De acordo com os pesquisadores responsável pelo estudo, não há, até o momento, trajetória de contínua desaceleração, se forem considerados os planos de investimentos da China. Outro destaque é o aumento do volume exportado para a Argentina, sinalizando que a crise no país ainda não atingiu os fluxos de comércio.

O saldo da balança comercial foi de US$ 8,8 bilhões em junho, o que representou uma queda de US$ 1,6 bilhão em relação a junho de 2021. No primeiro semestre de 2002, o superávit foi de US$ 34,3 bilhões, sendo inferior ao do primeiro semestre de 2021, US$ 37 bilhões.

A variação interanual do mês de junho das exportações foi de 15,5% e das importações de 33,7%, em valor. Na base de comparação entre os dois primeiros semestres de 2021 e 2022, o aumento nas exportações foi de 20,5% e das importações de 30,9%.

O aumento, em valor, das exportações, em junho, é explicado pela variação positiva nos preços (15,7%), pois o volume exportado recuou, 0,6%. O mesmo ocorre para as importações, apresentando aumento de preços de 37,2% e queda no volume de 2,7%. O resultado para o volume importado retoma a trajetória de queda observada na comparação interanual mensal entre 2021 e 2022 e que só foi interrompida em maio, com um aumento nas compras de petróleo e adubos, acima do previsto.

Com o resultado de junho, a variação no volume exportado no primeiro semestre foi de 0,2% e houve uma queda nas importações de 1,9%. Os preços exportados cresceram 20,2% e os das importações, 33,1%. Em suma, a expansão do valor dos fluxos de comércio no primeiro semestre é atribuída ao crescimento dos preços, pois o volume ou esteve estável (exportações) ou recuou (importações).

As exportações de commodities, que, em junho, explicaram 69% do total exportado pelo Brasil, recuou 6,2%, em relação ao volume, e registrou aumento de preços de 15,9%. Com esse resultado, as exportações de commodities cresceram 9,5%, em valor, na comparação entre os meses de junho. As exportações de não commodities registraram aumento, em valor, de 31,7% impulsionado pelo aumento do volume (12%) e dos preços (17,2%). Entre os dois primeiros semestres dos anos de 2021 e 2022, a variação, em valor, das exportações de commodities foi de 17,7% e das não commodities, de 27,1%. Em termos de preços, como mostra o Gráfico 2 do Press Release, a variação nas commodities foi superior ao das não commodities, mas em termos de volume, as exportações de commodties registraram recuo (3,3%) e das não commodities, aumento de 7,3%.

Dado o peso das exportações de commodites na pauta brasileira — 68,3%, no primeiros semestre de 2022 — o comportamento favorável dos preços desse agregado é ressaltado. No entanto, o resultado das não commodities, com aumento de preços e volume, contribuiu para compensar o recuo no volume exportado das commodities.

As importações brasileiras estão concentradas em não commodities — 89,7% do total das compras externas do Brasil, no primeiro semestre de 2022. O aumento, em valor, desse agregado foi de 27,3%, na comparação entre os primeiros semestres de 2021 e 2022 e de 31,2%, entre os meses de junho dos anos citados. As importações das commodities registraram aumento de 72,9%, na comparação semestral, e de 59,8%, na mensal. Como mostra o Gráfico 3 do Press Release, esses resultados são explicados pelos aumentos nos preços das commodities (74%, mensal, e 66,7%, no semestre) acima dos preços das não commodities. Em adição, no semestre, o volume importado das commodities aumentou (3,1%) e o das não commodities recuou (2,2%). Na comparação mensal das importações, tanto as commodities, como as não commodities, registraram queda. Observa-se que o resultado positivo no volume importado das commodities é explicado pelas variações positivas em janeiro (42,4%) e em março (24,5%), pois nos outros meses o resultado foi de queda na importação.

Em suma, o aumento do valor importado tem sido liderado, principalmente, pelos preços das commodities.

O estudo completo está disponível no site.

Fonte: FGV

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