IBGE prevê safra recorde de 260,5 milhões de toneladas para 2021
O terceiro prognóstico para a safra 2021 2021 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar um recorde de 260,5 milhões de toneladas, com alta de 2,5% em relação a 2020 (6,4 milhões de toneladas). As estimativas indicam novo aumento de produção para a soja (6,8% ou 8,2 milhões de toneladas) e declínios para milho de 2ª safra (-1,8% ou 1,4 milhão de toneladas) e o algodão herbáceo (-14,0% ou 607 mil toneladas).
A estimativa final para a safra de 2020 totalizou 254,1 milhões de toneladas, mais um recorde nacional, 5,2% superior à safra de 2019 (241,5 milhões de toneladas). Em relação à previsão anterior, houve aumento de 2,0 milhões de toneladas (0,8%). O arroz, o milho e a soja somaram 92,7% da produção e 87,1% da área colhida. Frente a 2019, houve altas de 7,1% para a soja, de 7,7% para o arroz e 2,7% para o milho.
Para a soja, a estimativa de produção foi de 121,5 milhões de toneladas; para o milho, de 103,2 milhões de toneladas (26,6 milhões na 1ª safra e 76,6 milhões na 2ª safra); para o arroz, de 11,0 milhões de toneladas e, para o algodão, de 7,1 milhões de toneladas, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
Estimativa de DEZEMBRO para 2020 | 254,1 milhões de toneladas | ||||||||
Variação dezembro 2020/ novembro 2020 | (0,8%) 2,0 milhões toneladas | ||||||||
Variação safra 2020/ safra 2019 | (5,2%) 12,6 milhões de toneladas | ||||||||
Estimativa de DEZEMBRO para 2021 | 260,5 milhões de toneladas | ||||||||
Variação safra 2021/ safra 2020 | (2,5%) 6,4 milhões de toneladas |
A 12ª estimativa para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2020 alcançou 254,1 milhões de toneladas e uma área colhida de 65,4 milhões de hectares. Em relação a 2019, houve aumento de 2,2 milhões de hectares na área a ser colhida (3,5%). Frente ao que fora previsto no mês anterior, o acréscimo foi de 145 mil hectares (0,2%).
Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 4,3% na área do milho (aumentos de 2,5% no milho 1ª safra e de 5,0% no milho 2ª safra); de 3,5% na área da soja e de 0,5% na área do algodão herbáceo. Mas ocorreu declínio de 1,2% na área de arroz.
Na produção, houve altas de 7,1% para a soja, 7,7% para o arroz, 2,7% para o milho (alta de 2,3% no milho 1ª safra e de 2,8% no milho 2ª safra) e de 2,8% para o algodão herbáceo.
Em relação a novembro, houve aumentos nas estimativas da produção da batata-inglesa da 3ª safra (43,5% ou 299 mil toneladas), do café arábica (3,2% ou 87,4 mil toneladas), do milho 2ª safra (3,0% ou 2,3 milhões de toneladas), uva (1,5% ou 20,7 mil toneladas), cevada (0,6% ou 2,1 mil toneladas) e milho 1ª safra (0,0% ou 594 toneladas).
Houve quedas na castanha-de-caju (-7,9% ou 11,9 mil toneladas), laranja (-7,4% ou 1,3 milhão de toneladas), trigo (-2,7% ou 172,7 mil toneladas), batata-inglesa 1ª safra (-2,0% ou 33,3 mil toneladas), cana-de-açúcar (-1,8% ou 12,6 milhões de toneladas), aveia (-1,2% ou 11,5 mil toneladas), café canephora (-0,6% ou 5,2 mil toneladas) e batata-inglesa 2ª safra (-0,2% ou 2,4 mil toneladas).
Entre as unidades da federação, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,7%, seguido pelo Paraná (15,9%), Rio Grande do Sul (10,3%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (8,7%) e Minas Gerais (6,2%).
Entre as regiões, o Centro-Oeste produziu 121,7 milhões de toneladas (47,9%); o Sul, 73,0 milhões de toneladas (28,8%); o Sudeste, 25,7 milhões de toneladas (10,1%); o Nordeste, 22,6 milhões de toneladas (8,9%) e, o Norte, 11,0 milhões de toneladas (4,3%). Tiveram aumento na produção: o Centro-Oeste (9,2%), o Norte (12,1%), o Nordeste (17,7%) e o Sudeste (8,4%). A região Sul foi a única com declínio (-5,4%).
Destaques da estimativa de dezembro para a safra de 2020
As variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso do Sul (9,8% ou 2,0 milhões de toneladas), em São Paulo (1,8% ou 177 mil toneladas), em Goiás (0,2% ou 55,9 mil toneladas), no Paraná (0,1% ou 54,4 mil toneladas), no Tocantins (0,7% ou 35,1 mil toneladas), em Pernambuco (1,9% ou 4,7 mil toneladas), no Acre (0,2% ou 232 toneladas) e no Espírito Santo (0,0% ou 28 toneladas).
As variações negativas foram no Rio Grande do Sul (-0,9% ou 232,0 mil toneladas), em Rondônia (-0,3% ou 7,9 mil toneladas), no Amapá (-4,9% ou 2,6 mil toneladas), em Alagoas (-1,7% ou 1,7 mil toneladas), no Ceará (-0,1% ou 784 toneladas), no Rio Grande do Norte (-0,1% ou 52 toneladas), em Minas Gerais (-0,0% ou 390 toneladas), no Maranhão (-0,0% ou 90 toneladas) e no Piauí (-0,0% ou 61 toneladas).
BATATA-INGLESA (tubérculo) – A 12ª estimativa da produção total de batata-inglesa (3,7 milhões de toneladas) subiu 7,7% frente a novembro. A área plantada e a área a ser colhida cresceram 7,3%, e o rendimento médio aumentou 0,4%. Destaque positivo para São Paulo e Minas Gerais, que aumentaram suas estimativas em 42,5% e 2,6%, respectivamente, frente ao mês anterior. Frente a 2019, a estimativa de produção de batata-inglesa caiu 4,5%, puxada por São Paulo (-13,1%), Rio Grande do Sul (-19,5%) e Goiás (-18,8%).
A 1ª safra, estimada em 1,6 milhão de toneladas, teve retração de 2,0% frente ao mês anterior e de 4,9% frente ao ano anterior. Já a 2ª safra, estimada em 1,1 milhão de toneladas, foi 0,2% menor que em novembro. E a 3ª safra, estimativa em 985,7 mil toneladas, foi 43,5% maior em relação ao mês anterior e 2,7% maior em relação a 2019. São Paulo e Minas Gerais foram os destaques positivos, informando aumentos de 161,8% e 22,5%, respectivamente, em suas produções em relação ao mês anterior.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção brasileira de café (3,7 milhões de toneladas) subiu 2,3% frente a novembro. A área plantada no País alcançou 1,9 milhão de hectares, aumento de 0,2%, enquanto que o rendimento médio aumentou em 2,0%. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção foi 24,3% maior, sendo recorde da série histórica do IBGE. A área plantada aumentou 4,4%, enquanto que o rendimento médio cresceu 19,3%.
Para o café arábica, a produção estimada (2,9 milhões de toneladas) foi recorde da série histórica do IBGE, crescendo 3,2% frente ao mês anterior e 38% em relação a 2019. A produção mineira (71,5% do total nacional) foi estimada em 2,0 milhões de toneladas, com aumento de 4,0% em relação a novembro e de 37,9% em relação a 2019.
Para o café canéfora (conillon), a estimativa da produção (865,5 mil toneladas) caiu 0,6% frente a novembro e de 6,2% em relação ao ano anterior. No Espírito Santo (64,9% da produção nacional), a estimativa deve alcançar 561,9 mil toneladas, subindo 0,3% frente a novembro, mas recuando 11,8% em relação a 2019.
CANA DE AÇÚCAR – A estimativa da produção (677,9 milhões de toneladas) foi 1,8% menor em relação ao mês anterior. O rendimento médio dos canaviais caiu 1,2%. Em relação a 2019, as estimativas de produção apresentam acréscimo de 1,6%, com queda de 0,3% na área destinada à colheita e aumento de 1,9% no rendimento médio.
O Mato Grosso do Sul, quarto maior produtor nacional da cana (7,1% do total), apresentou a principal variação na produção em dezembro com uma redução de 22,4%, efeito da queda de produtividade dos canaviais atingidos pela falta de chuvas. Mas São Paulo, o maior produtor (52,0% do total) teve um crescimento de 2,7% na produção em relação a 2019.
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa da produção (138,8 mil toneladas) apresenta declínio de 7,9% em relação ao mês anterior. Na comparação com 2019 houve retração de 0,4%. A produção do Ceará (85,2 mil toneladas) representa 61,4% do total nacional; a do Piauí (23,2 mil toneladas), 16,7% e, a do Rio Grande do Norte (17,5 mil toneladas), 12,6%. Em relação a 2019, houve declínio de 2,9% na produção do Ceará e crescimentos de 7,0% na produção do Piauí e de 3,5% no Rio Grande do Norte.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo (6,2 milhões de toneladas) caiu 2,7% frente ao mês anterior. Em relação a 2019, a estimativa encontra-se 17,7% maior. A região Sul respondeu, em 2020, por 86,8% da produção tritícola nacional.
Já a estimativa da produção da aveia (925,1 mil toneladas) teve declínio de 1,2% em relação ao mês anterior. O clima adverso comprometeu as produções no Rio Grande do Sul e no Paraná. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira da aveia deve crescer 1,5%.
Para a cevada, a produção estimada (378,9 mil toneladas) teve aumento de 0,6% em relação ao mês anterior e declínio de 5,4% em relação a 2019.
LARANJA – A produção estimada (15,7 milhões de toneladas) caiu 7,4% em relação ao mês anterior, devido à falta de chuvas e às altas temperaturas nas principais regiões produtoras. Frente a 2019, a queda na produção chegou a 10,6%.
Em São Paulo, principal produtor (75% do total), a produção foi estimada em 11,8 milhões de toneladas, com redução de 9,6%, devido as condições climáticas extremamente adversas.
MILHO (em grão) – A estimativa da produção (103,2 milhões de toneladas) cresceu 2,2% em relação à do mês anterior e atingiu recorde na série histórica do IBGE. A área colhida foi de 18,3 milhões de hectares, tendo o rendimento médio crescido 1,4%. Em relação a 2019, a produção foi 2,7% maior, havendo aumento de 4,3% na área colhida e declínio de 1,6% no rendimento médio. A primeira safra deve participar com 25,8% da produção brasileira de 2020 e a segunda, com 74,2%.
Na 1ª safra de milho, a produção alcançou 26,6 milhões de toneladas. Em relação a 2019, foi 2,3% maior, havendo incrementos de 0,9% na área plantada e declínio de 0,1% no rendimento médio. Para a 2ª safra, a estimativa foi de 76,6 milhões de toneladas, com crescimento de 3,0% em relação à produção do mês anterior e de 2,8% em relação a 2019.
UVA – A estimativa da produção (1,4 milhão de toneladas) da uva cresceu 1,5% em relação ao mês anterior, mas recuou 2,0% em relação a 2019. As maiores quedas frente a 2019 foram observadas em Pernambuco (-19,5%) e Bahia (-38,8%). Por outro lado, o Rio Grande do Sul, responsável por mais da metade da produção nacional, apresentou alta de 10,3%.
Para 2021, terceiro prognóstico estima safra 2,5% maior que a de 2020
Neste terceiro prognóstico, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2021 deve ser recorde e somar 260,5 milhões de toneladas, com crescimento de 6,4 milhões de toneladas (2,5%) em relação a 2020. O aumento deve-se, principalmente, à maior produção de soja (6,8% ou 8,2 milhões de toneladas). As principais altas em área são: soja (1,8%), o milho 1ª safra (1,9%) e milho 2ª safra (2,4%), com recuou no algodão herbáceo (-9,1%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A terceira estimativa (6,1 milhões de toneladas) aponta para um declínio de 0,6% na produção de algodão em relação ao 2º prognóstico e de 14,0% em relação a 2020. Nos últimos três anos o Brasil alcançou recordes na produção de algodão para atender à demanda internacional. Contudo, com a pandemia da covid-19 essa demanda diminuiu, influenciando na decisão de plantio da próxima safra. A área plantada (1,5 milhão de hectares) recuou 9,9%, e o rendimento médio (4.132 kg/há) caiu 4,6%. Os principais produtores são Mato Grosso (69,4% do total nacional) e Bahia (19,7%).
ARROZ (em casca) – A terceira estimativa (11,0 milhões de toneladas) aponta para um aumento de 0,8% na produção em relação ao segundo prognóstico, mas declínio de 0,8% em relação a 2020, com reduções também de 0,2% na área a ser colhida e de 0,7% no rendimento médio. Essa produção deve ser suficiente para o mercado interno brasileiro.
O Rio Grande do Sul é responsável por quase 70,0% da produção nacional, com lavouras irrigadas de alta tecnologia. As estimativas de produção (7,6 milhões de toneladas) têm queda 1,9% em relação a 2020 e redução de 3,3% na produtividade (7.907 kg/há).
FEIJÃO (em grão) – O terceiro prognóstico da produção de feijão (2,8 milhões de toneladas) para a safra 2021 apontou declínio de 3,0% em relação à safra colhida em 2020 (menos 86,4 mil toneladas). A 1ª safra deve produzir 1,3 milhão de toneladas; a 2ª safra, 956,1 mil toneladas e, a 3ª safra, 545,6 mil toneladas. A área a ser colhida na safra de verão (1ª safra) deve alcançar 1,5 milhão de hectares, declínio de 0,6% em relação a 2020, enquanto que a estimativa para o rendimento médio (851 kg/há) recuou 1,3%.
MILHO (em grão) – O terceiro prognóstico de milho em grão para 2021 (101,7 milhões de toneladas) estima declínio de 1,5% em relação à safra 2020 (menos 1,6 milhão de toneladas). Contudo, essa estimativa é 1,6% maior que a realizada no 2º prognóstico da safra 2021. Mantém-se a tendência de um maior volume de produção do milho em 2ª safra, com participação de 74,0% da produção de 2021, contra os 26,0% da 1ª safra de milho.
Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 26,4 milhões de toneladas, com queda de 3,7% frente a novembro e de 0,6% em relação a 2020. Para a 2ª safra (75,3 milhões de toneladas) espera-se aumento de 3,7% em relação ao 2º prognóstico e declínio de 1,8% em relação a 2020, apesar do crescimento de 2,4% na área a ser colhida.
SOJA (em grão) – A terceira estimativa da produção para a soja em 2021 (129,7 milhões de toneladas) aponta alta de 1,5% em relação ao segundo prognóstico e de 6,8% em relação a 2020. A área a ser plantada (38,1 milhões de hectares) crescerá 2,7%. O rendimento médio (3.410 kg/há) deve subir 4,0%. Em função dos preços mais compensadores da soja em relação ao milho, os produtores devem ampliar suas as áreas de cultivo, que em 2021 devem representar mais de 57,0% da área total de cereais, leguminosas e oleaginosas.