Google Cloud anuncia novidades ligadas à segurança, infraestrutura e gestão de dados
O evento anual da Google Cloud voltou a ter uma componente presencial e foi palco de diversos anúncios com foco na inovação, colaboração, segurança e infraestrutura aberta.
Katie Watson, head of product communications da empresa, começou por falar do mercado: «Nos últimos três anos, temos visto algumas tendências importantes no mercado de cloud, que ainda se encontra numa fase realmente inicial. Há muitas oportunidades de crescimento e a Google Cloud é um dos negócios de crescimento mais rápido da Google».
A responsável explicou que o «principal impulsionador de nuvem costumava ser a migração de workloads» e que esta «continua a ser uma parte realmente importante do negócio». Contudo, há «novos modelos que estão a emergir com base nos dados, inteligência artificial (IA), machine learning e a cibersegurança». Estas novas áreas estão «fortemente alinhadas com a estratégia da Google Cloud», que está organizada em quatro áreas-chave: «Data cloud, uma abordagem aberta e unificada à transformação impulsionada pelos dados; infraestrutura cloud aberta, que consiste numa nuvem híbrida e no edge; cloud colaborativa com o Workspace; e, por último, a confiança que aborda as temáticas da segurança cibernética.
Um ecossistema de dados na cloud
«Os dados estão no centro da inovação digital», esclareceu a Gerrit Kazmaier (na foto), vice president e general manager for data and analytics da Google Cloud. Este responsável revelou que a plataforma Open Data Cloud «unifica dados de todos os formatos e em todas as nuvens», permitindo que os diferentes fornecedores de soluções «possam ajudar os clientes da nuvem da Google a inovar num ecossistema conectado». Kazmaier disse ainda que a empresa não vê estes fornecedores «como concorrentes», mas sim «parceiros», e anunciou novas integrações com a Elastic, MongoDB e Collibra.
Gerrit Kazmaier esclareceu ainda que a Google Cloud criou, com dezassete parceiros, a Data Cloud Alliance para desenvolver «standards abertos e a interoperabilidade entre diversos sistemas e aplicações de dados na cloud». O responsável referiu que a solução de Big Data do Google, a BigQuery, oferece agora suporte para dados não estruturados, o que possibilita que as equipas «usem esse tipo de informação em todas as funcionalidades de machine learning, reconhecimento de voz, tradução, processamento de texto, entre outras», da Google Cloud.
Uma das grandes novidades diz respeito às soluções de business intelligence da empresa que juntou o Data Studio e o Looker numa única solução, o Looker Studio; esta nova ferramenta «une a confiança nos dados com a flexibilidade, a agilidade e inteligência artificial num único serviço».
Na área de IA, Gerrit Kazmaier apresentou ainda a Vertex AI Vision, uma aplicação que analisa automaticamente imagens, vídeos e detecta objectos, permitindo «criar e implementar facilmente aplicações de visão por computador para compreender e utilizar esses dados». Por último, o responsável falou do Translation Hub, «um agente de IA que fornece aos clientes a possibilidade de tradução de documentos em 135 línguas» e com o qual a Google quer «disseminar o conhecimento e possibilitar a existência conteúdos inclusivos que podem ser partilhados em todo o mundo».
Novas regiões e migração de mainframes facilitada
Na área de infraestrutura, coube a Sachin Gupta, vice president e general manager de IaaS da Google Cloud destacar as novas soluções da empresa. O responsável começou por indicar que a adopção cloud tem sido lenta, porque «ter aplicações na nuvem está a tornar-se cada vez mais complexo» – assim, a Google Cloud está a apostar na IA para facilitar este processo. Uma das iniciativas criadas é a Open Source AI em que a empresa participa com diversos parceiros como a AMD, a Intel e a Meta para democratizar a inovação: «Este consórcio vai facilitar a utilização de frameworks de machine learning para um desenvolvimento mais rápido, mais flexível e com maior impacto. Acreditamos que a capacidade de inovar com IA e machine learning deve estar acessível a todos». Sachin Gupta revelou ainda as VM C3, as «primeiras máquinas virtuais na cloud pública com processadores Intel Xeon Scalable de 4ª geração» e uma unidade de processamento de infraestrutura (IPU) «personalizada e desenvolvida em conjunto com a Intel para computação e armazenamento de alto desempenho», conseguem resultados «até três vezes mais rápidos».
O responsável realçou ainda o Dual Run, «a primeira solução do género para migrar mainframes com aplicações legadas para a cloud, que reduzir o risco de interrupção de serviço»; e as novas regiões da Google Cloud na África do Sul, Áustria, Grécia, Noruega e Suécia, que aumentam o número de regiões de nuvem da empresa em todo o mundo para 48.
Segurança no topo das prioridades
O vice president e general manager da Google Cloud Security, Sunil Potti, esclareceu que a segurança é, hoje, «uma das preocupações dos boards das empresas», mas que na tecnológica essa «tem sido uma das prioridades há vários anos», existindo uma abordagem de «segurança invisível que é simples, omnipresente e acessível a todos». O responsável salientou a conclusão da compra da Mandiant, que considerou ser um «game changer», já que «vai ajudar os clientes da empresa a responder a incidentes de forma muito rápida»: é «como ter ajuda imediata de um médico numa unidade de cuidados intensivos», algo que traz um «nível de confiança sem precedentes». Sunil Potti anunciou ainda a Chronicle Security Operations, «um conjunto de soluções cloud native que dá às equipas de cibersegurança a possibilidade de detectar, investigar e responder a ameaças com a velocidade, escala e inteligência da Google». Segundo o responsável, este «é mais um passo no compromisso de democratizar a segurança e fornecer as melhores ferramentas às organizações de todas as dimensões».
Colaboração na cloud
A ferramenta de colaboração da Google tem «oito milhões de clientes pagos e três mil milhões de utilizadores», indicou Aparna Pappu, vice president e general manager do Workspace da Google. A responsável disse que todo o desenvolvimento feito dentro desta suite combina sempre duas vertentes: «A flexibilidade e a segurança». A VP anunciou duas funcionalidades que vão melhorar o que a empresa designa por «ligações imersivas»: uma é «o enquadramento adaptativo (adaptive framing)» que usa câmaras alimentadas por IA da Huddly e Logitech para «ajudar a perceber quem está a falar e focar-se nesse interlocutor»; a outra é o modo companion para dispositivos móveis do Google Meet que «acrescenta check-in na sala de reuniões e um segundo ecrã que pode ser usado, por exemplo, para partilha de ecrã ou chat». Além disso, Aparna Pappu falou em «derrubar fronteiras» com «blocos de construção personalizados no Docs», que permitem às organizações criar os seus «próprios modelos de colaboração»; e anunciou diversas integrações com API de terceiros para que as equipas possam «usar diversas soluções em simultâneo e não só as da Google».
Por último, a responsável referiu uma opção de prevenção da perda de dados para o chat que já existia no Drive e no Chrome, que vai permitir a «criação de controlos específicos para prevenir fugas de dados sensíveis em tempo real» e a possibilidade de «encriptação do lado do cliente no Gmail e no Calendário».
Fonte: Business.IT
Publicado em: Cybersegurança, Variedades