Gerenciamento de produtores do estado gera aumento da safra de grãos e uso de recursos próprios
Com um aumento de 14,9% em relação à safra anterior, o Piauí tem uma produção de grãos estimada atualmente em 5,76 milhões de toneladas, de acordo com os dados apurados no 5º Levantamento da Safra 2021/2022, divulgado nesta quinta-feira (10), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um diferencial, nesta temporada, é o fato de que as informações referentes ao financiamento do agronegócio, levantadas junto aos produtores rurais e escritórios de planejamento no estado, indicam que a maior parte do volume financeiro advém de recursos próprios, seguido de recursos de instituições bancárias e um pequeno percentual de revendas de insumos.
“Até o momento, nesta safra, não se observou limitação de recursos que viesse a comprometer o bom andamento e a condução das lavouras”, garante o superintendente da Conab no Piauí, Danilo Viana. “A distribuição do custeio da lavoura mostra que um maior percentual destas são cultivadas com recursos próprios, o que indica também um melhor gerenciamento e a maturidade do setor produtivo piauiense”.
A cultura com maior volume de produção no estado é a soja, estimada em aproximadamente 3 milhões de toneladas. As primeiras áreas foram plantadas com a oleaginosa a partir do dia 15 de outubro e concluídas na primeira quinzena do mês de janeiro, o que representou uma antecipação do plantio em relação à safra passada. As precipitações ocorridas, sobretudo na região sudoeste durante o último trimestre, foram determinantes para o avanço do plantio e desenvolvimento das lavouras, que até o momento encontram-se majoritariamente em boas condições. Para a safra 2021/2022, ocorreu um aumento médio na área de soja da ordem de 7%, principalmente devido à abertura de novas áreas, suportado pelos bons preços pagos pela soja no mercado, viabilizando o investimento na abertura de áreas. Espera-se que a área de soja alcance 893,2 mil hectares e a produtividade média esperada gira em torno dos 3.413 kg/ha.
O milho, segundo maior produto do estado, deve superar a marca de 2,46 milhões de toneladas, somando as produções de primeiro e segundo ciclos. A área da 1ª safra deve apresentar incremento de 5,4%, atingindo cerca de 451,6 mil hectares. A expansão justifica-se pela conjuntura favorável do mercado de milho, com preços atrativos e demanda aquecida. A produtividade média esperada para a cultura no estado gira em torno dos 4.385 kg/ha, levando-se em consideração as áreas de agricultura familiar e empresarial. Para o milho 2ª safra, as informações preliminares coletadas neste levantamento indicam uma expansão de área em comparação com a safra anterior, com expectativa de cultivo mesmo em áreas onde historicamente não se fazia 2ª safra. Caso se confirme, deve estabelecer um novo recorde de área cultivada com esta cultura. As intenções de plantio por parte do produtor indicam uma área de cerca de 118,6 mil hectares, aumento de 25% em relação à safra passada.
No caso do arroz, o levantamento aponta que o Piauí deve produzir cerca de 95,1 mil toneladas, um decréscimo de 5,1% sobre a safra passada. As áreas de sequeiro tiveram redução de 12,1%, atingindo cerca de 45,2 mil hectares, devido à substituição por soja ou milho em áreas do sudoeste piauiense. Já no arroz irrigado a área deve permanecer em linha com a plantada na safra anterior, de 4,8 mil hectares. A produtividade média esperada gira em torno dos 1.624 kg/ha para o arroz sequeiro e 4.517 para o irrigado. A área de arroz no estado é predominantemente da agricultura familiar, com exceção das áreas irrigadas onde prevalece a agricultura empresarial.
A coleta de dados da safra piauiense de grãos foi realizada entre os dias 24 e 29 de janeiro, por meio remoto, compreendendo áreas de cerrado onde predomina a agricultura empresarial, bem como a região centro-norte e semiárido do estado, onde se destaca a agricultura familiar. Os números completos podem ser conferidos no 5º Levantamento – Safra 2021/22, disponível no Portal da Conab, que traz ainda os dados da safra em todo o país.
Fonte: Conab
Publicado em: Agro&Negócios