FRANGO: CENÁRIO PARA O SEGMENTO É O MAIS DESAFIADOR DENTRE AS PROTEÍNAS
O banco Itaú BBA avalia que dentre as proteínas animais, a carne de frango é a que tem apresentado um cenário mais desafiador. Em relatório sobre o setor de aves divulgado nesta segunda-feira, analistas afirmam que embora as exportações do produto para a China tenham crescido 28% no primeiro semestre 2020 na comparação anual, os volumes para os demais destinos externos continuam aquém do registrado no ano anterior.
Segundo o banco, as vendas de carne de frango caíram para os seis principais destinos, exceto a China, com cerca de 39 mil toneladas a menos para a Arábia Saudita e 47 mil toneladas a menos para os Emirados Árabes. “Além dos menores envios a estes países, o preço de exportação caiu bastante neste ano, prejudicando o spread das vendas externas, embora o resultado apenas para a China seja bem melhor em função do preço 35% superior à média geral”, acrescentam analistas do Itaú BBA no relatório.
Um fator que contribuiu para a queda nos preços do produto no mercado externo foi a forte queda das cotações do petróleo durante a pandemia do novo coronavírus. Embora os preços de ambos venham dando sinais de recuperação, a rentabilidade dos países árabes, grandes importadores de carne de frango do Brasil, teve uma retração considerável em virtude das perdas com o combustível.
No mercado doméstico, entretanto, o banco observa que os preços vêm sendo favorecidos pela redução nos alojamentos de aves até maio. A alta nas cotações, contudo, é considerada insuficiente para equilibrar as margens dos produtores, uma vez que a valorização do milho e da soja, utilizados para ração animal, continua fornecendo uma pressão nos custos de produção. “Neste contexto, seria prudente ao setor, amenizar o ritmo de alojamentos, que voltou a subir 11% em junho de 2020 ante igual mês de 2019, no sentido de ajustar a produção às demandas interna e externa”, defende o Itaú BBA.
O relatório acrescenta, ainda, que a conjuntura positiva para as carnes suína e bovina até o fim do ano, por causa de exportações aquecidas e menor produção, permanece favorável ao frango. Além disso, há uma melhora sazonal da demanda doméstica no período.
Publicado em: Agro&Negócios