FGV: COMBUSTÍVEIS ACELERAM NA 2ª PRÉVIA DO IGP-M DE JUNHO
Estadão – Rio, 18/06/2020 – Os preços ao consumidor continuaram registrando deflação na segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), mas a queda média no custo de vida, de 0,14%, foi menos intensa do que a registrada em igual prévia de maio, de 0,59%, por causa da recomposição dos preços na gasolina, na esteira da recuperação das cotações do barril de petróleo, após testarem as mínimas históricas em março.
Na segunda prévia de junho do IPC-M, que mede os preços no varejo, o item “gasolina” acelerou para uma queda de 1,09%, ante o tombo de 8,93%, na segunda prévia de maio. Com isso, mesmo ainda registrando deflação, o grupo Transportes (que passou de -2,74% na segunda prévia de maio para -0,32% na segunda prévia deste mês) puxou a aceleração do IPC-M.
No total, três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, informou a FGV. Também foram computados acréscimos nas taxas dos grupos Educação, Leitura e Recreação (-1,77% para -1,43%) e Comunicação (0,02% para 0,27%). As mensalidades dos combos de telefonia, internet e TV por assinatura ficaram, em média, 0,64% mais caros em junho.
Os grupos Alimentação (0,45% para 0,30%), Habitação (-0,09% para -0,18%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,24% para 0,16%), Vestuário (-0,27% para -0,41%) e Despesas Diversas (0,31% para 0,24%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. No grupo Alimentação, o item “hortaliças e legumes” desacelerou de 3,80% na segunda prévia de maio para 1,20% em igual prévia deste mês. O tomate, 12,52% mais barato em junho, está entre os itens com maior impacto negativo no IPC-M. Conta de luz (-0,87%) e passagem aérea (-12,84%) também contribuíram para a deflação.
Os combustíveis também foram o destaque na aceleração da inflação no atacado – o IPA-M avançou 2,20% em junho, ante alta de 0,18% na segunda medição do mês passado. Na esteira das cotações internacionais do petróleo, o subgrupo “combustíveis para o consumo” passou de uma deflação de 13,33% na segunda prévia de maio para uma inflação de 18,99% em junho. Já a variação média de preços do subgrupo “combustíveis e lubrificantes para a produção” passou de -15,75% para 5,35%.
Carnes e grãos também contribuíram para a aceleração da inflação no atacado. O “milho em grão” seguiu em deflação, mas a variação média foi de -7,62% para -1,72%, na comparação das segundas prévias de maio e junho. Também aceleraram as taxas de “suínos” (-10,43% para 10,39%) e “aves” (-2,12% para 4,16%).
Publicado em: Agro&Negócios