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Manchetes do Mercado

5 de julho de 2022

Eventos presenciais e viagens de trabalho melhoram a vida corporativa

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Depois de dois anos de conferências, reuniões, palestras e até happy hours online, o mundo corporativo já organiza seus primeiros eventos presenciais e viagens a trabalho, cancelados desde março de 2020. Apesar das facilidades trazidas pelo trabalho remoto, encontros cara a cara, quando realizados com segurança, promovem interações mais humanizadas e, em muitos casos, mais eficazes também.

O movimento não acontece apenas no Brasil: de acordo com uma pesquisa realizada no último mês pela TravelPerk, empresa de viagens de negócios com sede em Barcelona, na Espanha, 88% das companhias confirmam a retomada, com 79% direcionando orçamento específico para isso. Do lado dos profissionais, 79% deles afirmam estar animados com a novidade e citam motivos como construção de relacionamentos e mergulhar na cultura da empresa.

“A parte importante do trabalho presencial é ter as pessoas juntas e, assim, fortalecer seu vínculo e a sensação de pertencimento, além de criar laços de confiança e gerar empatia”, diz Felipe Rizzo, CEO da WeWork no Brasil. “Sessões em grupo também ajudam muito a pensar fora da caixa.” Foi esse entendimento que fez a produtora e processadora de alimentos Cargill retomar eventos presenciais e viagens de negócios, especialmente para visitar clientes e fornecedores.

“Temos uma cultura forte, colaborativa e relacional e, apesar de termos conseguido mantê-la de forma virtual durante a pandemia, enxergamos bem o valor de estarmos juntos novamente”, afirma Simone Beier, diretora de RH. “O olho no olho ajuda a reforçar nossos valores e nos permite sentir a dor do cliente de forma mais concreta.” A empresa de papel e celulose Suzano seguiu a mesma linha de pensamento ao voltar a organizar presencialmente recepção de novos colaboradores, eventos de team building e reuniões de projetos especiais, como troca de sistemas envolvendo equipes internas e externas, que demandam integração mais efetiva e solução mais rápida de problemas. “Percebemos e entendemos que essa retomada após um bom tempo de trabalho remoto em geral é super positiva para interações interpessoais e para o fortalecimento da cultura e do pertencimento à empresa”, acredita Beatriz Olivares, diretora de gente e gestão. “Gera mais humanização.”

Na Mosaico, plataforma de conteúdo e originação de vendas para comércio eletrônico, as reuniões mensais de planejamento estratégico, resultados e acompanhamentos, bem como os treinamentos, também voltaram a ser presenciais.

“Trazemos pessoas de fora de São Paulo e aproveitamos como oportunidade para elas viverem mais a cultura da empresa e fortalecerem os vínculos”, conta Cristiani Oliveira, gerente de RH da Mosaico. “Os feedbacks são muito positivos.”

Experiências que confirmam a teoria

Na integradora de soluções de TI IT-ONE, um encontro presencial com 25 líderes, realizado no segundo semestre de 2021, demonstrou a importância da experiência – e que ela poderia trazer ganhos para todos se fosse expandida.

“Foi um momento marcante para entender que, sim, existe um gap quando as relações de trabalho são exclusivamente remotas”, conta o CEO Alexandre Martinez. “São as conversas pessoais e informais que formam o link de uma equipe: o bate-papo do corredor, do café, na lateral da mesa.” Desde então, Martinez realiza viagens mensais a todas as unidades, quando a empresa promove cafés da manhã de engajamento com os times.

A equipe da multinacional de meios de pagamento Ingenico teve essa mesma sensação ao participar recentemente da AUTOCOM, principal feira de negócios do ecossistema de Automação Comercial do Brasil. Durante o evento, ficou claro como fazia falta a interação entre equipes e clientes em um mesmo ambiente compartilhado. “O contato pessoal promove colaboração e criatividade”, resume Fernanda Pinchetti, diretora de recursos humanos para as Américas.

Depois de experiências presenciais bem-sucedidas com sua equipe administrativa, a Libbs Farmacêutica, que fechou seus escritórios físicos no país, pretende organizar encontros das equipes de vendas em agosto, caso os índices da pandemia estejam favoráveis.

“É uma tradição nossa, quando treinamos pessoas em nossos produtos e reforçamos abordagens”, explica Madalena Ribeiro, diretora de RH. “Do ponto de vista de treinamento, não percebemos perdas na pandemia, mas todos querem e precisam socializar.”

Conhecer produtos e bater o martelo Além de reforçar laços humanos, o caráter pessoal dos eventos presenciais também favorece a assinatura de contratos de negócios. Rafael Lavezzo, vice-presidente comercial para a América Latina da empresa de tecnologia para pagamentos Nuvei, vivenciou isso na pele em um evento em Las Vegas.

“Fechamos negócios graças a essa conexão face to face com CEOs”, conta. “O presencial é absolutamente necessário? Não, mas sempre soubemos que muitas decisões são tomadas no pós-encontro, na saída, no elevador. Afinal, quando falamos de relações humanas, parte considerável da comunicação é também não-verbal.”

Em certos setores, o “cara a cara” também faz a diferença na hora de um profissional entrar em contato com o próprio produto. A executiva Esther Schattan, sócia e diretora da Ornare, fabricante de móveis e artigos de decoração, conversou com nossa reportagem direto de Milão, na Itália, onde participava do Salone Del Mobile 2022.

“É possível fazer tudo no virtual – e foi assim que encaramos a pandemia -, mas não é igual a visita ao vivo, quando interagimos com nossos franqueados e vemos os produtos ao vivo, tocando peças e superfícies. É uma outra dimensão.”

Fonte: Uol

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