Fazenda aumenta para 2,4% estimativa para o PIB este ano
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) aumentou de 2,3% para 2,4% a estimativa de crescimento da economia brasileira neste ano. A previsão consta do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta segunda-feira (19) pela secretaria. Em relação à inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o documento aumentou de 4,9% para 5% a projeção para este ano.
A revisão do Produto Interno Bruto (PIB) foi impulsionada por novas estimativas de alta na produção agropecuária e pela expectativa de crescimento de 1,6% do PIB no primeiro trimestre, frente à estimativa anterior de 1,5%. O resultado oficial do PIB do primeiro trimestre será divulgado em junho.
Apesar da elevação, a SPE projeta uma desaceleração da economia no segundo semestre. A estimativa de crescimento para 2026 foi mantida em 2,5%.
Inflação continua acima do teto da meta
Mesmo com a revisão, o IPCA segue acima do teto da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (1,5% a 4,5%). Para 2026, a estimativa subiu de 3,5% para 3,6%.
A SPE atribui a alta nas projeções a “pequenas surpresas nas variações do índice em março” e a “alterações marginais nas expectativas nos próximos meses”. A redução consistente da inflação, segundo a secretaria, deve ser percebida somente a partir de setembro.
Desempenho dos setores produtivos
A previsão de crescimento para a agropecuária foi revista de 6% para 6,3%, impulsionada pelas expectativas mais positivas para as safras de soja, milho e arroz.
Para a indústria, a estimativa foi mantida em 2,2%, com destaque para a resiliência do setor, mesmo diante de juros elevados. Já a previsão de crescimento dos serviços passou de 1,9% para 2%.
Revisões de outros índices de inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve de base para o reajuste do salário mínimo e aposentadorias, deve encerrar o ano com alta de 4,9%, acima dos 4,8% previstos anteriormente.
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que mede os preços no atacado, na construção civil e ao consumidor, teve leve recuo na projeção: de 5,8% para 5,6%. O índice é mais suscetível à variação cambial.
Impacto nas contas públicas
As projeções do Boletim Macrofiscal serão utilizadas no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, com divulgação prevista para o próximo dia 22. O relatório bimestral antecipa a execução do Orçamento com base no desempenho da arrecadação e nas estimativas de gasto público.
A partir desses dados, o governo pode bloquear despesas não obrigatórias para cumprir as metas fiscais e o limite de gastos estabelecido no novo arcabouço fiscal.
Fonte: Agência Brasil