Cooperação em comércio de serviços China-Brasil tem grande potencial, dizem acadêmicos
Beijing, 11 set (Xinhua) — Realizada online entre 3 e 11 de setembro, a Feira Internacional para Comércio de Serviços China-Brasil (CIFTIS China-Brasil) estabeleceu uma plataforma pública de comércio internacional de serviços nos países de língua portuguesa, para promover ainda mais o intercâmbio bilateral e a cooperação pragmática, além de aprofundar a parceria integral estratégica entre a China e o Brasil. Durante o evento, estão planejados cinco webinários em termos de saúde inteligente, cidades inteligentes, comércio cultural, serviços técnicos e comércio digital.
Diante da COVID-19, a China e o Brasil, como membros do BRICS, se ajudaram e trocaram aprendizados, conseguindo amplo consenso e avanços significativos no combate conjunto à pandemia, disse Liu Zuozhang, vice-presidente executivo do Conselho para Promoção de Investimento Internacional da China, na cerimônia de abertura do evento.
Nos últimos anos, o Brasil implementou ativamente a privatização e introduziu uma série de políticas como Programa de Parcerias de Investimentos, com objetivo de atrair a atenção e o investimento de empresas chinesas da área de inovação no mercado brasileiro.
“Tais medidas fornecerão enormes oportunidades aos dois países para fortalecer a cooperação bilateral em comércio de serviços em áreas como transporte, telecomunicações, turismo e construção, realizar em conjunto as transferências internacionais de serviços produtivos e desenvolver conjuntamente os mercados de terceiros”, assinalou Liu.
Cao Lei, vice-presidente executiva e secretária-geral da União de Pequim para Serviços Empresariais, destacou que o Brasil é o primeiro país em desenvolvimento a estabelecer uma parceria estratégica com a China e o primeiro país latino-americano a estabelecer uma parceria estratégica abrangente com o país asiático. Atualmente, o volume de comércio bilateral China-Brasil já ultrapassou US$ 100 bilhões. A China é uma das principais fontes de investimento estrangeiro do Brasil, com um investimento total de quase US$ 80 bilhões de cerca de 300 empresas chinesas.
A partir do lançamento oficial do mecanismo de cooperação do BRICS em 2009, a cooperação econômica e comercial entre a China e o Brasil obteve resultados frutíferos e dará início a um “período de desenvolvimento de ouro”, acrescentou.
Yue Yunxia, diretora do Departamento de Economia do Instituto da América Latina, subordinado à Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que “a cooperação entre a China e o Brasil ainda está em fase inicial. Há um grande potencial na expansão do comércio de serviços entre os dois lados”.
Embora a pandemia da COVID-19 tenha trazido desafios e dificuldades para a cooperação econômica e comercial global, a China e o Brasil descobriram novas áreas de cooperação no comércio de serviços, como tecnologia agrícola, saúde pública, infraestrutura logística e comércio eletrônico, destacou Yue.
Os dois países devem aumentar o volume do comércio de serviços por meio de fortalecer a cooperação em áreas com vantagens complementares, como serviços de turismo, de construção e técnicos, e promover o desenvolvimento do comércio de serviços em campos emergentes, como serviços de software, informação eletrônica e jogos, apontou Yue.
“Tanto o estágio de desenvolvimento quanto a demanda do consumidor dos dois países são semelhantes. Portanto, há um amplo espaço de desenvolvimento do comércio de serviços entre a China e o Brasil”, afirmou Yue.
Afetado pela pandemia da COVID-19 e pelas mudanças na situação política interna do Brasil, existem vozes dissonantes no campo econômico e comercial sino-brasileiro. Mas essas vozes não alteraram a relação de necessidade mútua entre os dois países, com o papel desempenhado pelo mercado, observou ela.
De acordo com os dados da Administração Geral das Alfândegas, o comércio bilateral entre a China e o Brasil totalizou US$ 41,126 bilhões de janeiro a maio de 2020. Somente em maio, o comércio bilateral entre os dois países atingiu US$ 8,357 bilhões, subindo 3,85% ante o mês anterior.
Yue enfatizou que a política de abertura inabalável da China ao mundo, a implementação contínua de medidas de facilitação comercial e liberalização dos investimentos, sem contar o enorme mercado e demanda da China são todos positivos para a promoção da cooperação bilateral em termos de economia, comércio e investimento.
“Os dois lados devem prestar atenção à comunicação e coordenação e fortalecer o diálogo político”, acrescentou.
Em meio à propagação contínua da COVID-19, a realização bem-sucedida da Feira Internacional de Comércio de Serviços da China (CIFTIS) não só marca a recuperação das atividades de comércio de serviços no país, como também fornece um impulso para a recuperação do comércio de serviços em todo o mundo, disse Yue.