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Manchetes do Mercado

31 de maio de 2023

Como se aliar ao tempo na velocidade das mudanças climáticas

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Somos hoje parte de um ecossistema frágil, interconectado das mais diversas formas e que pouco a pouco está caminhando para um dos maiores desastres ambientais causados pela ação do homem. Por isso ouvimos tanto falar que as mudanças climáticas atualmente são uma emergência climática.

Na última década, os resultados globais de emissões de gases de efeito estufa (GEE) têm se mantido crescentes, atingindo 59 gigatoneladas de CO2 equivalente (GtCO2e) em 2019, um resultado cerca de 12% a mais do que em 2010, segundo o Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Considerando um cenário mais pessimista, o aumento da temperatura média da terra pode ultrapassar os 4°C antes de 2100. Nesse ritmo, os impactos podem causar a extinção de espécies animais e vegetais, elevação do nível do mar e alteração na frequência e intensidade de chuvas e eventos extremos como furacões, inundações e ondas de calor.

Se a ciência nos dissesse o que precisa ser feito para reverter esse cenário, você embarcaria nessa jornada de mudança? Pois bem, a ciência climática já nos indicou os passos a serem tomados, eles são drásticos e precisam de urgência para implementação, pois nos restam pouco menos de 7 anos para reduzirmos as emissões globais em pelo menos 40%.

E por que não empresas? O setor industrial é responsável hoje por um quarto das emissões globais de GEE, sem considerar as emissões indiretas, em decorrência do uso de energia e das cadeias de fornecimento.

O assunto precisa ser tratado com a seriedade condizente com a urgência do tema, e o esforço do setor privado deve refletir esse estágio de maturidade, por meio da transparência sobre as práticas que estão sendo implementadas. Apenas com um reporte consistente e padronizado de informações, é possível mapear como e se as empresas estão avançando ao longo do tempo.

Segundo o último reporte climático respondido por empresas latino-americanas ao CDP América Latina, é possível observar que cada vez mais as organizações buscam enviarem suas informações para o mercado. Em 2022, houve um crescimento de 46% no número de empresas reportando seus dados por meio de convite de investidores e 50% que decidiram compartilhar voluntariamente suas práticas.

Além da preparação para os impactos ambientais futuros, há outros fatores que têm levado as empresas a aderirem voluntariamente ao reporte climático. A transparência e a possibilidade de comunicar suas práticas a potenciais investidores é um fator relevante, que também impulsiona a reputação da organização.

Além disso, a nota obtida pelas companhias após o reporte climático permite que entendam sua performance ambiental, se comparem com pares do setor e identifiquem oportunidades de melhorias.

Há um universo de oportunidades se abrindo, e as empresas que aderirem a essa temática de forma antecipada e consistente, se aliando ao tempo e não o vendo como um inimigo, serão as que preservarão o presente e assim, sobreviverão no futuro.

Fonte: Globo.com

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