COAMO, COCAMAR E COPACOL DIVIDEM R$ 360 MILHÕES DE LUCROS ENTRE COOPERADOS
Cooperativas paranaenses anunciaram a distribuição do “13º do cooperado”, na semana passada; Ocepar estima que cooperativismo do estado vai repartir R$ 3,7 bilhões
Faturamento das cooperativas agrícolas paranaenses em 2020 está estimado em R$ 100 bilhões, 41% superior ao do ano passado, que somou R$ 76 bilhões
Mais de 50 mil produtores rurais da Coamo, Cocamar e Copacol começaram a receber o “13º do cooperado”. Ao todo, as três cooperativas do Paraná vão distribuir R$ 360,8 milhões aos cooperados, sendo R$ 139 milhões pela Coamo, R$ 103,6 pela Cocamar e R$ 118,2 milhões pela Copacol. O faturamento das cooperativas agrícolas paranaenses em 2020 está estimado em R$ 100 bilhões, 41% superior ao do ano passado, que somou R$ 76 bilhões. Cada cooperativa estabeleceu normas para a distribuição das sobras, mas, em todas, será proporcional ao volume de entrega da produção na cooperativa.
Coamo
A distribuição das sobras na Coamo será feita conforme a movimentação de cada um dos 29,4 mil cooperados dos estados de atuação (Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul).
Adriano e Estefano Bartchechen, pai e filho de Araruna (Centro-Oeste do Paraná) afirmam que essa é uma tradição da cooperativa que valoriza o trabalho dos associados. “A antecipação vem logo antes do Natal. Uma boa hora, pois é um 13º mesmo, que podemos comprar um presente para os filhos, realizar um Natal mais recheado com a família. Essa é uma ação da Coamo pensando em nosso Natal”, afirma Adriano.
O ano é de recorde em faturamento e, também, no valor das sobras, conforme destaca Adriano Bartchechen. “Ficamos muito felizes, pois temos uma participação nos bons resultados da Coamo. Quanto mais participamos, melhor é para nós.”
Cooperado há 48 anos da Coamo, seu Estefano também comemora o benefício. “Já passamos por muitas coisas na cooperativa, as coisas sempre foram melhorando. É uma grande satisfação fazer parte da Coamo que nos valoriza, e realiza um trabalho com transparência e qualidade. Isso é resultado de uma administração sadia e sólida. Com a Coamo o agricultor passou a ter 13º.”
Cocamar
Do total de R$ 103,685 milhões que a Cocamar começou a distribuir aos produtores cooperados, R$ 76,145 milhões são de sobras do exercício 2020, R$ 14,840 milhões referem-se a pagamentos da participação de produtores em programas da cooperativa e R$ 12,700 milhões vão ser creditados na conta capital dos cooperados dos estados de Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
A entrega dos cheques começou a ser feita na manhã desta segunda-feira (14), por agendamento, em todas as 87 unidades de atendimento. São mais de 15 mil cooperados e um esquema especial montado nos locais para evitar aglomerações.
Para cada saca de soja depositada, o cooperado vai receber R$ 2,30; para cada saca de milho e trigo, R$ 0,55 a mais; para o trigo dos tipos II e III, R$ 1,50 adicionais por saca. Os produtores de café e laranja também vão ser contemplados, respectivamente com R$ 6 a saca e R$ 0,20 a caixa.
Em relação aos programas, vão ser pagos R$ 1,20 por saca de soja de pequeno produtor participante do Selo Social (destinado à produção de biodiesel), R$ 11,02 por saca de soja para semente, R$ 4,30 por saca de trigo para semente, R$ 4 por saca de trigo branqueador, R$ 7,21 por caixa de laranja aos cooperados da Coopsoli (cooperativa que integra produtores ligados à Cocamar para acessar o mercado solidário internacional) e R$ 8,1 milhão em restituição de ICMS.
O presidente-executivo da Cocamar, Divanir Higino, destacou que por conta de fatores como um trabalho de superação e inovação realizado pela Cocamar, que recebeu volumes recordes de soja, milho e trigo, e a forte alta do dólar sobre o real, o faturamento do grupo Cocamar deve fechar o ano em quase R$ 7 bilhões, bem acima dos R$ 6 bilhões previstos no planejamento estratégico 2015-2020 e 48% a mais em comparação aos R$ 4,6 bilhões obtidos em 2019. Além disso, duas novas indústrias entraram em operação (rações e fertilizantes foliares) e, entre outras realizações, foi lançado um programa de produção de carne precoce premium. “São números surpreendentes para um ano tão atípico. Estamos terminando o ano com o sentimento de um trabalho bem feito”, frisou Higino, salientando que as sobras “são uma remuneração pela participação e a confiança dos cooperados na cooperativa”.
Copacol
Na última sexta-feira (11), a Copacol anunciou o pagamento das sobras e complementações nas integrações. O montante que será entregue aos 6 mil cooperados totaliza R$ 118,2 milhões – valor histórico à cooperativa, 29% superior ao exercício anterior. O faturamento estimado para este ano é de R$ 5,2 bilhões, 18% superior ao total movimentado em 2019, que foi de R$ 4,4 bilhões.
“O agronegócio superou todas as adversidades deste ano, mostrando sua força, sem parar um dia sequer. Nossos cooperados estiveram atuantes em suas propriedades, enquanto nossa cooperativa buscava novos mercados para agregar oportunidades aos nossos produtos. O resultado é fruto deste trabalho conjunto em favor dos nossos associados e que gera o desenvolvimento da região, já que as sobras resultam em investimentos e aquisições no comércio e na indústria”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Do valor total das sobras, metade será paga antecipadamente a partir de segunda-feira (14). A outra parte será paga aos cooperados após a Assembleia Geral Ordinária (AGO), agendada para 29 de janeiro. Em função da pandemia, os valores serão depositados nas contas bancárias ativas dos cooperados, evitando a aglomeração nas unidades, onde tradicionalmente era feita a entrega do cheque. Quem não tiver contas bancárias cadastradas basta ligar para unidade e efetuar o registro.
“Ficamos muito satisfeitos, não esperávamos esse resultado, pois sabemos da dificuldade em função do coronavírus. O recurso das sobras será revertido nas nossas atividades para novos investimentos e pagamento de outras adequações que já havíamos feito, como a ampliação da pocilga de 600 animais, dobrando a capacidade. Também vamos utilizar no bem-estar da nossa família”, afirma o cooperado Marcelo Effting, que atua nas integrações de aves, peixes, suínos, bovinocultura de leite e grãos.
Publicado em: Agro&Negócios