Estudo mostra como o Brasil pode reduzir em até 38% a pegada de carbono na produção de trigo
Um estudo inédito da Embrapa revelou que a pegada de carbono do trigo produzido no Brasil é de 0,50 kg de CO₂ por quilo, abaixo da média mundial de 0,59 kg. Realizado em lavouras e na indústria moageira do Sudeste do Paraná, o levantamento apontou que o uso de fertilizantes nitrogenados é o principal responsável pelas emissões.
A pesquisa mostrou que a substituição da ureia por fontes como o nitrato de amônio com calcário (CAN) pode reduzir as emissões em até 4%. Além disso, o uso de cultivares mais produtivas pode cortar em até 38% o impacto ambiental da triticultura nacional.
Estudo pioneiro na América do Sul
Publicado no Journal of Cleaner Production, o estudo é o primeiro na América do Sul a mensurar a pegada de carbono do trigo desde o cultivo até a farinha. Os dados reforçam a competitividade ambiental do trigo brasileiro, que apresenta menor emissão de carbono que países como Itália (0,58) e Índia (0,62).
Farinha brasileira também é mais sustentável
A produção de farinha de trigo no Brasil apresenta menor impacto ambiental do que em países europeus. A pegada de carbono variou de 0,67 a 0,80 kg de CO₂ por quilo de farinha, contra 0,89 na Espanha e 0,95 na Itália.
Caminhos para uma triticultura de baixo carbono
A pesquisa da Embrapa destaca alternativas como biofertilizantes, nanofertilizantes e o uso de energia solar para reduzir ainda mais o impacto ambiental. A expectativa é de que os dados sirvam de base para práticas sustentáveis em outras cadeias produtivas, consolidando o trigo brasileiro como referência em agricultura de baixo carbono.
Fonte: Embrapa