Bunge eleva projeções com robustez do agronegócio gerando lucro acima do esperado
A trading de commodities agrícolas Bunge elevou suas projeções para o ano nesta quarta-feira, depois que seu lucro no segundo trimestre superou expectativas de Wall Street, o que levou as ações a saltarem mais que 5% em negociações pré-mercado.
Apesar da pandemia de coronavírus que tem impactado os mercados globais, fortes margens de processamento de soja na América do Sul, Europa e Ásia e vendas aceleradas de agricultores no Brasil e nos EUA ajudaram a melhorar os resultados.
“Esses resultados seriam fortes em qualquer ambiente, ainda mais em uma pandemia”, disse o presidente-executivo, Greg Heckman, em comunicado.
O forte segundo trimestre da Bunge, após uma inesperada perda no primeiro, evidenciou impactos sofridos pela indústria do agronegócio durante a pandemia.
Restaurantes e empresas de serviços alimentares fechados, ambos grandes clientes de óleos de cozinha da Bunge, foram substituídos como geradores de demanda por refeições preparadas em casa, enquanto restrições a viagens afetaram margens de produção de biocombustíveis.
Os lucros operacionais no segmento de agronegócio da Bunge, sua maior unidade em termos de receitas e volumes, cresceram quatro vezes no segundo trimestre, levando à melhoria na projeção para o ano completo de 2020.
Unidades de óleos comestíveis, moagem e fertilizantes também registraram ganhos, enquanto a de açúcar e bioenergia teve perda trimestral.
A Bunge alertou, no entanto, que o segmento de óleos continuará a enfrentar desafios, com incertezas sobre a demanda devido à pandemia.
O lucro líquido atribuível aos acionistas no trimestre encerrado em junho foi de 521 milhões de dólares, ou 3,47 dólares por ação, contra 214 milhões de dólares e 1,43 dólar por ação no mesmo período do ano anterior.
A receita somou 9,46 bilhões de dólares, contra estimativas de 9,70 bilhões.
Publicado em: Agro&Negócios, Internacional