BRASIL TEVE ANO INCRÍVEL NO ÂMBITO DAS EXPORTAÇÕES
De acordo com ele, a Ásia continua sendo o principal destino das exportações brasileiras, tendo em vista, também, o aumento populacional que ocorre no continente. O destaque, nesse sentido, é a China, para quem os embarques do Brasil cresceram 20% ao ano em receita do ano 2000 para 2019. “Esse ano vamos encerrar tendo exportado US$ 40 bilhões para a China, refletindo uma demanda boa de soja, carnes, algodão e até açúcar”, disse ele. Dada a importância dessa parceria comercial, portanto, Jank afirmou que é “um absurdo comprar briga com a China”, referindo-se aos recentes atritos protagonizados pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Precisamos saber como lidar com os chineses e como fazer que investimentos deles no Brasil se traduzam em aberturas de mercado.”
Ainda com relação à China, Jank voltou a comentar sobre a mudança no modo de produção de suínos, após a peste suína africana. Segundo ele, o aumento da produção industrial deve trazer maior necessidade dos chineses de importarem soja e milho, seja dos Estados Unidos ou do Brasil.
O professor chamou atenção, porém, para os riscos que persistem no mercado interno, com os preços mais altos dos insumos. “O ano foi excepcional para quem exportou, mas está sendo ruim para quem compra insumo aqui dentro”. Ele admite que o auxílio emergencial do governo federal ajudou a manter o consumo doméstico neste ano, mas reforçou que essa injeção na economia vai se encerrar a partir de agora e ressaltou a necessidade de se atentar à inflação sobre os preços dos alimentos.
A respeito do cenário do mercado internacional, Jank afirmou que a eleição do democrata Joe Biden nos Estados Unidos representa a volta da potência a uma série de debates globais, dentre eles, as questões climáticas, a segurança cibernética, a transparência, além de preocupações com a saúde, tendo a pandemia do coronavírus como mote.
No âmbito da sustentabilidade, a eleição de Biden deve pressionar o Brasil a respeito do desmatamento da Amazônia, disse Jank. “Se o Código Florestal já tivesse sido implementado, não teríamos esse problema de imagem de vilão. O Brasil não é vilão, consegue fazer três safras no ano sem avançar sobre a floresta”, concluiu.