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Manchetes do Mercado

3 de março de 2022

Boletim da Sociobiodiversidade que avalia safra de produtos extrativos agora é trimestral

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Pequi, babaçu, açaí, pirarucu, buriti, umbu e mangaba são os produtos selecionados para a estreia da nova versão trimestral do Boletim da Sociobiodiversidade, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (3). A partir desta edição, o estudo passa a trazer o acompanhamento geral da safra dos produtos extrativos que são amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio). Nesta publicação, a Companhia revela também os resultados de toda a execução da política em 2021.

De acordo com o artigo em destaque desta edição do Boletim, os pagamentos registrados no âmbito da PGPM-Bio em 2021 foram de aproximadamente R$ 21,7 milhões para 10.807 extrativistas. Considerando os valores já processados e, portanto, em fase de liquidação pela área financeira da estatal, o total disponibilizado é de R$ 24,97 milhões para 12.240 produtores extrativistas. “Esse valor pode crescer ainda devido à possibilidade de os produtores apresentarem demandas à política até fevereiro de 2022”, explica o gerente de Estudos da Agricultura Familiar e da Sociobiodiversidade da Conab, Ênio de Souza. “Mais de 87% dos valores são pagos para os estados do Maranhão e de Minas Gerais, este último por ser um grande produtor de pinhão, pequi, mangaba, macaúba e umbu”.

O artigo mostra ainda que o público feminino é a maioria dos acessos à PGPM-Bio e alcançou 57% do total de beneficiários da subvenção em 2021. O destaque fica para os estados do Maranhão, com as quebradeiras de coco babaçu, além do Ceará, Paraíba e Piauí, onde também prevalece a maioria formada por mulheres.

Os produtos mais beneficiados pela política são pinhão, pequi e babaçu. No caso do pequi, a média de preços pagos aos produtores oscila entre R$ 0,31/kg, na safra de 2020/21, e R$ 1,28/kg, na safra de 2021/22, nos meses de janeiro e dezembro, respectivamente. Vale ressaltar que, em Minas Gerais, tanto o volume da produção quanto o da comercialização do pequi é bem maior que no Ceará, o que ocasiona preços bem menos competitivos. Na região do Cariri cearense, o pequi é importante fonte de renda na época de safra para cidades como Crato e Barbalha, sendo que é na Chapada do Araripe onde se concentra grande parte dos pequizeiros.

O açaí, outra importante cultura favorecida pela PGPM-Bio, teve produção emergente no mercado brasileiro nos últimos anos, como reflexo provável do aumento do mercado do fruto. Em 2020, o valor de produção teve o maior índice de toda a série histórica, com um incremento de 79%, quando o preço do quilo do açaí passou de R$ 1,85 em 2019 para R$ 3,21 no ano seguinte, em média.

Quanto ao mercado de babaçu, o quinto maior em termos de valor da produção no país, o movimento também é de alta nos preços pagos pela amêndoa entre 2021 e 2022. No Maranhão, o incremento foi de 33% comparando-se o mês de janeiro nos dois períodos, o maior entre os estados no intervalo considerado. Porém, a variação mensal foi negativa, de -2,35%, assim como no Piauí, outro grande produtor, com redução de 1,93% nos preços praticados no estado no primeiro mês deste ano em relação a dezembro/21. Já no Tocantins, que vinha com índices inalterados nos últimos meses, houve alta em dezembro e janeiro.

A cada edição, o boletim avalia um novo conjunto de produtos que são amparados pela PGPM-Bio. A seleção é feita com base no período de safra das culturas e aborda ainda as informações da comercialização sazonal dos itens analisados.

Fonte: Conab

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