Cana/Unica: Se área cair 2% em 2022/23 e produtividade subir 8,5%, moagem pode atingir 560 mi de t
A expectativa para área colhida de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil na temporada 2022/23, que começa em abril do ano que vem, é de possível redução na área na casa de 2% em decorrência da renovação de canavial entre janeiro e março, afirmou o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, em apresentação realizada ontem (16). Se for essa a queda na área, e se a produtividade agrícola avançar 8,5%, conforme esperado, a moagem na próxima safra tende a subir cerca de 6% em comparação com a atual, o que levaria a um processamento total de cana na casa de 560 milhões de toneladas.
Ele destacou, porém, que ainda é cedo para definir uma estimativa para a próxima safra, já que ainda não se sabe qual será a extensão das reformas de canavial. “Se houver um incremento na reforma de canavial e no plantio de cana, isso leva a redução de área”, disse ele. “De um lado tem aumento da produtividade agrícola, mas provavelmente a área colhida deve cair.”
Padua afirmou que tem observado referências de consultorias para a moagem na próxima temporada entre 550 milhões e 570 milhões de toneladas, mas que isso não representa uma estimativa da Unica.
Venda de açúcar – A comercialização de açúcar do Centro-Sul brasileiro no mercado interno caiu 4,54% entre janeiro e novembro de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020, para 7,936 milhões de toneladas, mostrou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), na apresentação. “Isso provavelmente é fruto dos sinais que a economia brasileira está dando de recessão econômica”, afirmou o diretor técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues. “Os preços de açúcar, etanol, outros produtos agrícolas e combustíveis alcançaram patamares altíssimos, e o povo brasileiro está sentindo a pressão.” Para o mês de dezembro, a expectativa é de vendas de cerca de 700 mil toneladas no mercado interno.
Padua destacou ainda que no ano passado a pandemia da covid-19 elevou a demanda por alimentos processados, que costumam ter mais açúcar, ajudando as vendas da commodity.
Quanto às exportações do produto, que caíram 8,8% em volume e subiram 7,0% em valor no período entre janeiro e novembro ante o mesmo período de 2020, o executivo afirmou que a queda na produção influenciou os embarques ao exterior. De janeiro a novembro deste ano, foram exportados 25,31 milhões de toneladas de açúcar, com receita total de US$ 8,43 bilhões.
O volume de exportações de etanol caiu 28% na mesma comparação, para 1,76 bilhão de litros, enquanto a receita recuou 14%, a US$ 933 milhões. “Isso se deve à decisão do setor de disponibilizar um volume maior ao mercado interno”, disse Padua.
– Durante a entressafra de cana-de-açúcar no Centro-Sul brasileiro, que vai até março, não deve haver problemas para que os estoques de etanol abasteçam toda a demanda do País, ao contrário do que se imaginava inicialmente, afirmou Padua Rodrigues. “O preço do etanol subiu durante a safra e podemos ver queda agora, na entressafra, quando não tem oferta”, afirmou ele. “A primeira leitura do mercado foi de que os estoques até março do ano que vem seriam apertados. Com isso, o preço subiu, o consumidor se retraiu, principalmente do etanol hidratado, fazendo com que o sentimento se invertesse, e agora a impressão é que o estoque de passagem está folgado.”
Sobre o preço do biocombustível no próximo ano, Rodrigues afirmou que as variáveis menos previsíveis são o preço da gasolina e a demanda. Mesmo assim, ele entende que será um ano positivo para o setor sucroalcooleiro.
Quanto ao açúcar, o executivo afirma que os preços já estão praticamente definidos. “O mercado deste ano foi fixado em 20 centavos de dólar por libra-peso, com câmbio entre R$ 5,60 e R$ 5,70.”
Fonte: Broadcast Agro
Publicado em: Agro&Negócios