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24 de junho de 2020

Argentina entra em compasso de espera em negócio com processadora de soja Vicentin

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BUENOS AIRES (Reuters) – A planejada passagem de controle da processadora de soja argentina Vicentin para o Estado está “em standby” enquanto o governo do país explora opções para lidar com a empresa, incluindo uma possível parceria público-privada, disseram fontes próximas à situação nesta quarta-feira.

Produtores de grãos credores da Vicentin podem acabar como acionistas da empresa, que quebrou no ano passado após uma expansão alimentada por créditos, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas por causa do caráter privado das negociações.

O presidente argentino, Alberto Fernández, decretou no início deste mês uma intervenção estatal na Vicentin, principal exportadora de derivados de soja do país, mas o governo aguarda aprovação do Congresso para que possa assumir a empresa.

O plano foi colocado em compasso de espera após o governo da província de Santa Fe, onde está localizada a Vicentin, se oferecer recentemente para liderar a intervenção na companhia.

“A Vicentin rejeita o projeto da província de Santa Fe. A empresa não está interessada nele e não reconhece a agência interveniente proposta”, afirmou uma fonte próxima da companhia.

O assessor presidencial Gabriel Delgado disse a repórteres que o Estado é o responsável final pela manutenção de empregos e pela saúde do setor exportador local, em momento em que o país atravessa uma recessão agravada pela pandemia de coronavírus.

“O Estado está avaliando todas as alternativas que garantiriam a recuperação da companhia. O mercado, em seis meses, não encontrou uma solução, e agora nós estamos trabalhando para solucionar um problema de emprego e produção em momentos muito difíceis para a economia argentina”, afirmou.

“O Estado está utilizando um conjunto de ferramentas excepcionais para lidar com uma situação excepcional”, acrescentou Delgado, respondendo a temores entre produtores e membros da indústria exportadora de que o governo estaria usando a Vicentin para ganhar espaço no setor-chave de grãos.

A Vicentin possui mais de 300 milhões de dólares em dívidas comerciais e mais de 1 bilhão de dólares em empréstimos bancários.

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