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Manchetes do Mercado

23 de agosto de 2021

NEWE Seguros eleva lucro para R$ 6,5 milhões no 1º semestre de 2021

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Mesmo com toda a seca que afeta o lucro das companhias que atuam com seguro rural, a NEWE Seguros obteve crescimento no lucro líquido, passando dos R$ 800 mil registrado nos seis primeiros meses de 2020 para R$ 6,5 milhões de janeiro a junho de 2021. O valor está 45% acima do resultado obtido durante todo o ano passado, que fechou em R$ 3,9 milhões. Outro destaque dos resultados do primeiro semestre deste ano é o avanço das vendas para R$ 232 milhões em prêmios, acima dos R$ 65 milhões do mesmo período do ano passado.

“O valor de vendas do primeiro semestre deste ano já e maior do que o registrado em 2020 inteiro, quando totalizamos em 12 meses R$ 170 milhões”, comemora o CEO Carlos Caputo. “Ou seja, já temos até junho 40% a mais este ano do que todo o ano passado”, acrescenta. A expectativa é encerrar 2021 acima de R$ 400 milhões, mantendo o ritmo de crescimento de vendas com lucratividade.

Segundo Caputo, o bom desempenho da companhia, que completa dois anos de carreira solo, com a saída da Markel em junho de 2019, vem dos investimentos na contratação de pessoas especializadas para cada nicho de negócio que atua e em tecnologia de ponta para prestar um atendimento ágil aos clientes e poder subscrever riscos com boa margem de segurança, mantendo o índice combinado (indenizações e despesas menos vendas) abaixo de 100%.

“Somos especializados em rural, garantia e responsabilidade civil. Os três nichos com maior índice de crescimento no mercado segurador. De janeiro a junho deste ano, o mercado de seguros brasileiro cresceu 19,8%, com arrecadação de R$ 145,1 bilhões”, destaca o executivo. O seguro rural avançou 37,9% e o seguro de responsabilidade civil teve alta de 37,4%, segundo dados analisados pela Confederação das Seguradoras, a CNseg. “Nosso empenho está em sempre estar um passo a frente de nossos concorrentes, por meio dos nossos investimentos em especialistas e tecnologia”, afirma.

Agronegócios, o grande encanto de Caputo

Financiar, semear, plantar, colher, alimentar. E fazer o seguro para garantir o ciclo virtuoso da produção que alimentará o mundo. Pensar neste processo preenche o dia a dia da carreira de Carlos Caputo. “Sou encantado pelo seguro agrícola, pois é ele quem pode mitigar perdas de uma atividade que tem como principal risco as intempéries do clima”.

A evolução no campo é visível, com tecnologia embarcada para sementes, adubos, equipamentos e vendas. “Mas segue passível a condições climáticas que o produtor não tem como controlar, como chuvas, secas, ventos. Temos oscilações de temperaturas em um mesmo dia de 8 a 25 graus, que causam danos sérios a vários tipos de cultivos. E o seguro é quem pode mitigar esses riscos”, afirma Caputo. Se a lógica é tão clara – o agricultor sem seguro se endivida com bancos, cooperativas e fornecedores caso não tenha o seguro para recuperar parte da perda e recomeçar um novo ciclo de plantio – o que precisa ser feito para aumentar a área plantada coberta por seguro?

“Previsibilidade”, responde Caputo. “O produtor precisa ter a segurança que pode contar com o subsídio do governo”. O Prêmio do Seguro Rural (PSR) oferece ao agricultor a oportunidade de segurar sua produção com custo reduzido por meio de auxílio financeiro do Governo Federal. O Plano Safra 2021/22 entrou em vigor em 1° de julho, com R$ 1 bilhão para a subvenção ao PSR. O valor previsto permitirá a contratação de aproximadamente 158.500 apólices para proteger 10,7 milhões de hectares e um valor total segurado de R$ 55,4 bilhões. São números melhores do que os de 2020, com orçamento de R$ 881 milhões, que já foi o dobro de 2019, com 100 mil produtores atendidos no ano, 84% a mais que 2019 e 44% a mais que o recorde anterior.

O valor médio do subsídio utilizado pelo produtor em 2020 foi de 35%, com volume total de seguro rural de R$ 3 bilhões, alta de 36%. As indenizações também avançaram. As seguradoras pagaram em 2020 mais de R$ 2,46 bilhões, em comparação a R$ 1,9 bilhão de 2019. “Claro que comemoramos o avanço no valor do subsídio, que cresce a cada ano. Em 15 anos, o governo contabiliza a marca de 1 milhão de apólices subvencionadas pelo PSR. Mas ainda é pouco”, afirma o CEO da NEWE.

Em outros países, governos incentivaram o seguro em vez do crédito. No Brasil, apesar do subsídio rural aumentar a cada ano, ainda há uma grande incerteza se os recursos serão liberados. Ter esta certeza ajudará a criar a cultura do seguro no agronegócio ao estimular o ciclo virtuoso. Mais produtores com acesso ao subsídio, mais investimentos das seguradoras em tecnologia para subscrever riscos, pagar indenizações, treinar peritos e implementar programas de gerenciamento de riscos junto aos produtores, que incluem cursos técnicos sobre como preparar a terra, qual a melhor época de plantar e de colher, qual a melhor semente, entre outros conhecimentos cruciais para ter uma colheita farta”.

Comparado a outros países, este valor ainda é ínfimo. A China gastava o mesmo que o Brasil há 10 anos. Agora, investe 10 vezes mais em subsídios. Nos EUA, quase 100% da produção tem seguro. No Brasil ainda não chega a 20%. “Aqui, cada vez que temos uma catástrofe, produtores vão atrás do governo para refinanciamento, que tem um custo muito maior do que o seguro”, argumenta. Segundo ele, o incentivo dos governos norte-americano e chinês às empresas para compensar riscos desconhecidos foi o que popularizou o seguro.

Dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram crescimento em torno de 29,5% em 2020, para R$ 6,8 bilhões no seguro rural. Com isso, o segmento saiu de 7% em 2019 para 8,7%, a segunda maior participação em vendas de seguros de danos, liderado apenas pelo seguro automóvel. A NEWE avançou no ranking rural. Em 2019 ocupava o nono lugar. Em 2020, o sétimo. “Nossa meta é terminar 2021 entre as cinco primeiras colocadas. No primeiro semestre fechamos na 3ª posição”, orgulha-se Caputo. Em 2021, a seguradora prevê contabilizar perto de 20 mil apólices comercializadas.

A jornada de Caputo é escancarar para todos que o agronegócio pode ser uma grande saída para todos no Brasil. “Se dermos condições para as famílias de pequenos produtores plantarem, traremos pessoas para o campo. Mas é preciso ensinar como fazer, além de subsidiar o seguro. Como melhorar a terra para ter melhor produtividade. Se tiver nutriente, a colheita será melhor. A grande saída para isso são as cooperativas. E o seguro pode ajudar a prevenir e melhorar a qualidade do risco. É preciso ter um projeto de longo prazo capitaneado pelo governo, que use o seguro como um incentivador de qualidade. Nós estamos muito interessados nesta jornada”.

Fonte:  Blog Sonho Seguro

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