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2 de agosto de 2021

Milho/Deral: Paraná deverá colher 6,1 milhões de toneladas, 58% menos que estimativa inicial

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O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, reduziu para 6,1 milhões de toneladas sua estimativa de milho segunda safra do Estado, 58% abaixo da previsão inicial, de 14,6 milhões de toneladas. “Em termos de volume, é a maior perda da história do Paraná”, disse em nota o analista da cultura no Deral, Edmar Gervásio.

Os 8,5 milhões de toneladas que deixarão de ser colhidos nesta temporada equivalem a três primeiras safras de milho no Estado, que normalmente produz em torno de 3 milhões de toneladas no verão, salientou Gervásio. A perda financeira estimada, considerando os preços médios de 2021, é de aproximadamente R$ 11,3 bilhões, de acordo com o Deral. Com menos produção, o preço ao produtor está superando R$ 90/saca neste mês, o que aumenta os custos para empresas de frangos e suínos.

Segundo Gervásio, as geadas da semana passada ainda não foram contabilizadas, o que pode reduzir ainda mais as expectativas. “Para o milho, a tempestade foi perfeita, com estiagem, geada e a praga do enfezamento em uma única safra e em intensidade grande”, enfatizou no comunicado, referindo-se ao clima seco em boa parte da safra, geadas de forte intensidade no fim de junho e, em menor grau, na segunda metade de julho.

“Apesar desse cenário pessimista, temos preços bastante interessantes para os produtores, um aumento em torno de 124% quando comparado com o mesmo período do ano passado”, acrescentou o chefe do Deral, Salatiel Turra. O Departamento prevê, “potencialmente”, aumento de preços no segundo semestre, dependendo também do câmbio, da produção norte-americana e da demanda chinesa.

Trigo – Para este cereal, a previsão do Deral é de um aumento de 5% da área plantada em comparação à safra passada, para 1,19 milhão de hectares. Segundo o agrônomo Carlos Hugo Godinho, as geadas influenciaram a qualidade das lavouras. Antes 5% estavam em condições médias e 95%, boas. Agora, 2% aparecem como ruins, 8% médias e 90% boas.

“É um porcentual bom, mas não leva em conta a geada desta quinta-feira (29). Portanto, o próximo levantamento pode apontar perda maior”, disse Godinho. Segundo ele, 27% das lavouras entraram agora na fase suscetível a geadas, enquanto 73% ainda vão entrar. “Qualquer geada tardia pode ter alguma influência negativa também na produção”, ponderou.

Em boletim mensal, o Deral informou também que as geadas de meados de julho já resultam em 6 mil hectares totalmente perdidos e outros 22 mil classificados como ruins. Apesar disso, o Departamento manteve sua estimativa de produção em 3,9 milhões de toneladas, em razão da “dificuldade de traduzir em números este rebaixamento de condições”.

Apesar de a maioria das lavouras ter apresentado boas condições até a última segunda-feira (90%), a geada desta quinta-feira (29) deve gerar uma reavaliação “significativa”, conforme o Deral, em virtude de atualmente 27% das plantações estarem com espigas aparentes, “altamente suscetíveis a danos”.

“O relatório da semana que vem deve trazer os primeiros números de condições após a onda de frio, que ao longo do mês serão calibrados e, no fim de agosto, traduzidos em uma quebra de produção. Com a abrangência das geadas, (a quebra) será inevitável”, apontou o Deral no relatório mensal.

 

Fonte: Broadcast Agro

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