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Manchetes do Mercado

30 de junho de 2021

Imea/latorraca: 89% dos produtores de mt têm internet na sede da propriedade e apenas 3% na área toda

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O produtor de grãos mato-grossense está cada vez mais conectado à internet, com smartphones e computadores, além de utilizar softwares e aplicativos para celular, mas a cobertura das redes móveis no campo ainda é deficiente. Além disso, boa parcela comercializa ou adquire produtos e insumos online e a pandemia não influenciou esta tendência, que já vinha acontecendo.

Esses são os principais dados apresentados hoje da pesquisa “O perfil do agricultor mato-grossense na era digital”, elaborada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). A pesquisa foi feita no segundo semestre do ano passado, por telefone, e exclusivamente com produtores de soja e milho do Estado, informa o superintendente do Imea, Daniel Latorraca. Ao todo, 470 agricultores foram entrevistados em 80 municípios, representando uma área de 901.631 hectares, ou 9% da área de soja, diz o superintendente.

Um dos principais pontos levantados é a cobertura de internet nas propriedades rurais. Sob este aspecto, 89% dos produtores responderam sim, sendo que as melhores coberturas estão nas regiões oeste e sudeste do Estado, com 94% dos proprietários tendo acesso à internet. “Esses 89% referem-se, porém, ao acesso à internet na sede da propriedade”, diz Latorraca. “Apenas 3% dos entrevistados afirmaram ter internet em toda a área da fazenda”, continuou ele, citando isso como um entrave para as tecnologias que fazem parte da fazenda, cujo uso fica limitado. Entre elas, máquinas agrícolas.

A pesquisa apurou, além disso, que 61% da internet chega às propriedades rurais via rádio em Mato Grosso e apenas 5% via redes 4G. Latorraca citou também que, entre os principais benefícios apontados pelos produtores, pelo fato de contarem com internet, estão a “retenção de funcionários” para 22%; 18% manutenção de estoques na fazenda; 17% monitoramento de operações agrícolas; 16% para compras online; 14% para o monitoramento do clima; 13% para segurança na fazenda e 0,7%, outros.

Mesmo com a deficiência da cobertura de dados em toda a área das fazendas mato-grossenses, a pesquisa do Imea apurou que 92% dos proprietários entrevistados têm smartphones e que 78% utilizam computadores. Além disso 20% possuem estação meteorológica na propriedade e 61% utilizam algum tipo de aplicativo ou software para apoiar a gestão da fazenda.

A inovação tecnológica, para os agricultores do Estado, está ligada à melhoria da gestão da propriedade para 47% dos entrevistados; 14% para acesso à informação; 11% para acompanhamento de mudanças climáticas; 11% serviços administrativos e 16%, outros motivos.

Um dado da pesquisa destacado por Latorraca diz respeito a compras online. Segundo ele, 35% dos produtores entrevistados fizeram alguma compra de insumos em plataformas digitais no ano passado e 23% realizaram venda de insumos e produtos em plataformas digitais. “Acreditamos que, cada vez mais, este processo vai se acelerar.”

Em relação à inovação, ainda há certa timidez quanto à adoção de novas tecnologias. Segundo a pesquisa, ao responder à pergunta “você é o primeiro que adota inovação?”, 27% disseram que são os primeiros a adotarem; 5% esperam o vizinho; 23% esperam que a maioria adote e 40% esperam que alguns adotem a inovação.

Quanto à pandemia, a pesquisa apurou que, em 63% dos casos, não houve mudanças tecnológicas na fazenda; 16% adotaram algum serviço eletrônico; 13% passaram a fazer reuniões online; 5% fizeram cursos online e 3%, outros. “Vimos, com esses resultados, que a adoção de tecnologias nas propriedades não é episódica, mas estrutural”, comenta Latorraca. “Basta ver que não houve alteração ao longo da epidemia de covid-19; ou seja, o produtor já estava usando tecnologia”, diz. “O que pode ter acontecido foi a aceleração do uso de tecnologias que de qualquer forma ele já estava planejando utilizar.”

Fonte: Broadcast Agro

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