Máquinas agrícolas: AGCO reverte prejuízo em lucro líquido de US$ 135,4 mi no 4tri20
O resultado trimestral da companhia demonstra uma recuperação ante os trimestres anteriores, após o lucro líquido ter caído no segundo trimestre de 2020, refletindo os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos negócios. Assim como outras empresas do setor, o desempenho da AGCO reflete a retomada dos investimentos de agricultores em máquinas e equipamentos agrícolas, em meio à flexibilização das medidas restritivas relacionadas à contenção da covid-19.
“Nossa execução focada nos permitiu superar as dificuldades da cadeia de suprimentos e manter os níveis de produção, ao mesmo tempo em que reduzimos os estoques de empresas e revendedores, o que contribuiu para uma significativa geração de fluxo de caixa”, disse o presidente-executivo da companhia, Eric Hansotia, em comunicado enviado para investidores e imprensa.
No período, quase todos os mercados da companhia apresentaram aumento das vendas. A exceção foi a América do Norte, onde as vendas caíram 10,2% na comparação anual, para US$ 485,1 milhões. A maior alta foi observada na América do Sul, seguida pela região Europa/Oriente Médio, com avanço de 21,1% e 13,7%, respectivamente, entre os quartos trimestres de 2019 e 2020. Na região da Ásia/Pacífico/África, as vendas aumentaram 2,1% no período. De acordo com a companhia, na América do Sul, os resultados refletem a produção agrícola mais alta, um mix de vendas mais rico, bem como iniciativas de redução de custos.
Já na Europa, o segundo semestre do ano trouxe uma melhora significativa nas vendas, o que compensou o segundo trimestre de 2020 mais fraco, afetado por interrupções de produção relacionadas à doença. “Os declínios na França, Escandinávia e Europa Central foram compensados principalmente pelo crescimento na Alemanha e Europa Oriental”, afirmou a AGCO.
Acumulado – Para o acumulado do ano de 2020, a AGCO reportou lucro líquido de US$ 419,8 milhões, ou US$ 5,65 por ação, ante os US$ 122,8 milhões reportados em 2019 (US$ 1,63 por ação). O lucro líquido ajustado ficou em US$ 5,61 por ação, em comparação com US$ 4,44 por ação no ano anterior. A receita subiu 1,2% em igual intervalo, para US$ 9,1 bilhões.
“O aumento do consumo de grãos, impulsionado pela recuperação econômica e maior demanda de exportação, ajudou a compensar um ano sólido de produção agrícola global, deixando os estoques de grãos no final do ano mais baixos do que o previsto”, afirmou Hansotia. E acrescentou: “A redução dos estoques de grãos apoiou uma recuperação nos preços das soft commodities, elevou o sentimento dos agricultores e apoiou a maior demanda por equipamentos agrícolas durante o quarto trimestre.”
Perspectiva – Para 2021, a companhia espera vendas de US$ 10,2 bilhões a US$ 10,4 bilhões e lucro de US$ 7 a US$ 7,25 por ação. A fabricante de máquinas também espera melhora nas margens bruta e operacional, refletindo vendas e volumes de produção maiores e iniciativas de incremento de margens. As melhorias, conforme a empresa, serão utilizadas para financiar investimentos em engenharia e tecnologia para apoiar as iniciativas digitais e de agricultura de precisão.
Hansotia disse, ainda, que a visão global para o longo prazo é positiva. “Espera-se que a crescente demanda por commodities, impulsionada pela crescente população mundial, o aumento do consumo de proteínas em mercados emergentes e o uso de biocombustíveis, apoiem condições saudáveis em nossa indústria”, disse ela, em nota.