Chuva abaixo ou acima da média? Veja a previsão para fevereiro
A previsão do tempo indica que a metade oeste do Rio Grande do Sul, praticamente todo o Nordeste, norte de Minas Gerais e o Tocantins devem ficar com chuva abaixo da média climatológica do mês. Isso não significa que será completamente seco. O mês até começa com chuva no Rio Grande do Sul, mas no decorrer dele, a chuva vai ficando cada vez mais espaçada e irregular.
Já no Nordeste será o oposto: a primeira semana será de pouca chuva e, depois do dia 20, a tendência é que volumes fiquem maiores. A exceção é o leste da Bahia, que deve ter chuva dentro da média. Isso porque a Oscilação Madden Julian, uma oscilação que influencia as áreas tropicais do globo, deve favorecer o avanço de frente frias pelo Sudeste e algumas até podem alcançar a Bahia.
A chuva também fica dentro da média no leste do Rio Grande do Sul, sul de Santa Catarina, algumas áreas de Minas Gerais, Goiás e no leste de Mato Grosso e do Pará.
Já nas outras áreas do Brasil como o norte e leste de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, parte de Minas Gerais e entre Mato Grosso do Sul e praticamente toda a região Norte, a chuva fica acima da média.
Histórico de chuva e temperatura em janeiro
O ano começou sob um fenômeno La Niña no Oceano Pacífico, responsável pelas águas mais frias do que o normal nesse oceano. No entanto, a formação de bloqueios atmosféricos persistentes no Pacífico mudou a posição dos sistemas meteorológicos tropicais um pouco mais para sul e impediu o avanço de frentes frias para o Sudeste. Além disso, no oceano Atlântico, a água do mar está um pouco mais quente do que o normal.
Tudo isso fez com que a chuva fosse mais frequente nos estados do Sul do que seria normal observar num verão típico de La Niña, ao invés do Sudeste, por exemplo. “Parece um contrassenso, mas o número de dias em que choveu no mês, mesmo assim, foi bastante alto no Sudeste. Isso porque, sem sistemas organizados atuando na região, o Sudeste ficou à mercê de instabilidades como Vórtices Ciclônicos e Alta da Bolívia, que são capazes de provocar fortes temporais de maneira muito localizada – inclusive fora dos pluviômetros”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.
De forma geral, choveu acima da média climatológica numa faixa que vai de Santa Catarina até Mato Grosso do Sul, em alguns pontos da Bahia, no sul do Rio Grande do Sul e em Roraima, norte do Amazonas e região central do Pará.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a cidade onde mais choveu no Brasil até esta quarta-feira, 27, foi Tabatinga (AM), com 569 milímetros, o que significa 70% acima do normal para o mês.
Outro destaque foram as chuvas volumosas e frequentes que trouxeram inúmeros transtornos ao estado de Santa Catarina, na segunda quinzena do mês. Florianópolis teve o janeiro mais chuvoso em três anos, com 337 milímetros, sendo que a média é de 250 milímetros nesse período. Já nas demais áreas do país, a chuva foi abaixo da média, com destaque para o Pantanal de Mato Grosso, onde praticamente não choveu.
As temperaturas mínimas ficaram abaixo da média entre Rio Grande do Sul e interior de Santa Catarina e em alguns pontos do sul da Bahia. Já as manhãs foram bem mais quentes do que o normal entre Paraná e São Paulo. Durante a tarde, as máximas ficaram mais altas do que a média no Sudeste, Nordeste e parte de Goiás. Já a maior parte do Sul teve registro de máximas mais baixas por causa do excesso de chuva.