Solar flutuante pode adicionar 38 GW ao Brasil utilizando apenas 1% dos reservatórios
O Brasil tem uma oportunidade estratégica para expandir sua matriz elétrica com a energia solar flutuante — uma tecnologia promissora e ainda pouco explorada no país. Segundo estudo da consultoria PSR, ocupar apenas 1% da área dos reservatórios de hidrelétricas com painéis solares flutuantes pode adicionar até 38 gigawatts (GW) de capacidade instalada ao sistema elétrico nacional.
Sinergia entre sol e água
A integração entre energia solar flutuante e usinas hidrelétricas oferece vantagens operacionais e sustentáveis. As duas fontes podem se complementar: em dias ensolarados, a energia solar assume a liderança, enquanto a geração hídrica pode cobrir a demanda em dias nublados ou à noite. Essa sinergia permite melhor aproveitamento da infraestrutura de transmissão já existente.
Potencial e desafios econômicos
O estudo mostra que, em cenários de preços fixos da energia, a capacidade viável chega a 17 GW. Já com base nos preços médios históricos do mercado de curto prazo, esse número pode atingir 24 GW. Apesar do potencial, o custo nivelado de energia (LCOE) da solar flutuante ainda é superior: R$ 374/MWh, frente aos R$ 343/MWh da solar terrestre.
Essa diferença se deve à maior complexidade técnica das instalações aquáticas, que exigem estruturas flutuantes, ancoragem especializada e maior manutenção. No entanto, especialistas apontam que os avanços tecnológicos e o ganho de escala devem reduzir esses custos em breve.
Solução limpa e sustentável
Além do ganho energético, a solar flutuante reduz a evaporação dos reservatórios e evita desmatamentos. Com benefícios ambientais e operacionais, a tecnologia se mostra promissora para impulsionar a transição energética no Brasil com mais eficiência e sustentabilidade.
Fonte: Canal Solar