Fazenda na Bahia se torna o maior centro de mudas de cacau do mundo
Uma fazenda de 60 hectares no distrito de Banco do Pedro, em Ilhéus (BA), abriga hoje o maior centro de multiplicação de mudas de cacau do mundo. O local, que pertenceu a um coronel do cacau no século passado, abriga o Instituto Biofábrica da Bahia (IBB), responsável por distribuir mudas de diversas culturas para agricultores familiares da região.
Produção em escala industrial de mudas resistentes
Criada em resposta à crise provocada pela vassoura-de-bruxa, nos anos 1980, a biofábrica nasceu da união entre produtores, cooperativas e o governo da Bahia. Com um modelo inspirado em linhas de produção industrial, o instituto passou a fornecer mudas geneticamente melhoradas, resistentes a doenças e adaptadas ao clima.
Diversificação de cultivos e incentivo à agrofloresta
Hoje, além do cacau, a unidade multiplica variedades de mandioca, abacaxi, frutíferas e essências florestais. O Kit SAF (Sistemas Agroflorestais), implantado recentemente, reúne mudas de espécies como açaí, banana, ipê e pau-brasil, ampliando a oferta para quintais produtivos e áreas de recomposição.
Tecnologia, emprego e protagonismo feminino
Com 40 mil m² de viveiros em campo aberto e capacidade para 4,8 milhões de plantas, o instituto também mantém um dos laboratórios de micropropagação mais avançados do país. A estrutura gera mais de 100 empregos diretos, muitos deles ocupados por mulheres da própria comunidade.
Mulheres no centro da produção agrícola
Simone Dantas, técnica em enraizamento de cacau, encontrou na biofábrica a oportunidade de conquistar independência financeira. Assim como ela, outras moradoras da região passaram a liderar etapas importantes do cultivo, promovendo o protagonismo feminino na agricultura.
Impacto social e econômico na zona rural
O IBB se tornou uma das principais fontes de renda para cerca de 200 famílias de Banco do Pedro. Além de garantir emprego e formação, o instituto promove a permanência das novas gerações no campo, valorizando o conhecimento tradicional aliado à inovação agronômica.
Para Sidney Alves, supervisora de produção e moradora local, a biofábrica foi essencial para mudar a realidade da comunidade. “Foi daqui que tirei o sustento e a educação dos meus três filhos, como tantas outras famílias fazem todos os dias”, afirma.
Fonte: GloboRural
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