Mercado de açúcar inicia 2025 em queda
O mercado de açúcar começou 2025 com tendência de baixa. No Brasil, a região Centro-Sul deve alcançar 620 milhões de toneladas (Mt) de cana e 40 Mt de açúcar na safra 24/25. O otimismo para a safra 25/26, impulsionado pelas chuvas de verão, está pressionando os preços.
Durante as últimas semanas de 2024, a baixa atividade no mercado devido às festividades manteve os preços relativamente estáveis. Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, afirma que, “apesar de desafios como seca e incêndios, a região Centro-Sul surpreendeu positivamente, reforçando expectativas baixistas, especialmente com a recuperação prevista no Hemisfério Norte. Os preços caíram para 19c/lb, enfrentando dificuldades para se recuperar”.
A moagem na região Centro-Sul atingiu 603 Mt de cana, superando expectativas, com projeções de 620 Mt para a safra atual. Segundo Coda, o clima favorável aumenta o otimismo para a próxima safra e mantém a pressão baixista nos preços do açúcar.
Cenário global
Índia
No Hemisfério Norte, a produção de açúcar na Índia está 17,8% atrasada devido a chuvas e festividades como o Diwali. Em dezembro, a moagem foi semelhante ao ano anterior, totalizando 6,72 Mt, mas o atraso em novembro gerou um déficit de 1,5 Mt.
“Embora a previsão de 31 Mt para a safra seja mantida, é importante monitorar riscos como doenças e redução de área, mesmo com clima favorável”, alerta Lívea Coda.
Tailândia
A Tailândia registrou aumento de 6% na produção de açúcar nos primeiros 20 dias da temporada 24/25, favorecida por chuvas acima da média durante o desenvolvimento da cana. Com o início da moagem antecipado em quatro dias, a produção já alcançou 1,4 Mt, alinhada aos números de 22/23.
América Central
Na América Central, atrasos nas colheitas impactaram a produção na Guatemala e em El Salvador. Na Guatemala, menos de 500 kt de cana foram moídos, em comparação com mais de 2 Mt no ciclo anterior. Em El Salvador, a produção foi de 83 kt de açúcar, abaixo dos 136 kt da última temporada.
A perspectiva de alta no curto prazo deve ceder à medida que a produção se normalize ao longo da safra, superando os resultados de 23/24.
Fatores macroeconômicos
A disponibilidade europeia limita os ganhos no prêmio do açúcar branco. No panorama macroeconômico, o dólar forte e o real desvalorizado incentivam os produtores brasileiros a fixar contratos futuros, pressionando os preços do açúcar no curto prazo.
Fonte: Notícias Agrícolas
Publicado em: 2025, açucar, agricultura, cenário global