Como as Parcerias no Mercado de Seguros Podem Contribuir para a Mitigação dos Riscos Climáticos
Adaptação Através de Parcerias Estratégicas
As parcerias estratégicas têm um papel fundamental na promoção de inovação no setor de seguros, especialmente no contexto de mudanças climáticas globais. Colaborações entre empresas de tecnologia e seguradoras podem resultar em novos produtos que atendem às necessidades do mercado e ajudam as seguradoras a se tornarem mais responsáveis, oferecendo soluções que protejam tanto o planeta quanto as pessoas afetadas por eventos climáticos extremos. Para enfrentar esses riscos, as seguradoras estão cada vez mais buscando parcerias estratégicas, com o objetivo de se prepararem para o cenário climático e desenvolver soluções específicas.
Colaborações Tecnológicas Frente às Mudanças Climáticas
Um exemplo notável de parceria no setor é a colaboração entre a Cytora e a Pelmorex Corp, que visa fornecer aos subscritores de propriedades comerciais insights mais precisos sobre riscos climáticos. Integrando dados meteorológicos globais com modelagem preditiva, a união possibilita que seguradoras de propriedades comerciais avaliem riscos climáticos de forma mais eficiente. A Pelmorex Corp, uma das maiores fornecedoras de informações meteorológicas, oferece dados detalhados que, combinados com a tecnologia da Cytora, tornam o processo de subscrição mais ágil e assertivo. A parceria também reforça o compromisso da Cytora em construir um ecossistema de dados robusto para o setor de seguros, alinhado a inovações como IA e modelos de linguagem para otimizar a avaliação de riscos e o gerenciamento de sinistros. Segundo Juan de Castro, COO da Cytora, a precisão dos dados é crucial para capacitar as seguradoras em um cenário climático imprevisível.
A Importância de Avaliações de Risco Abrangentes
Em outra colaboração, a Cytora se uniu à Moody’s RMS para fornecer ferramentas que ajudam as seguradoras a lidar com riscos relacionados a desastres naturais e mudanças climáticas. Essa parceria possibilita uma avaliação mais abrangente dos riscos, o que contribui para a mitigação dos impactos financeiros causados por eventos climáticos extremos. A parceria é parte de uma estratégia maior da Cytora, que visa criar um ecossistema de dados abrangente para o setor, com acesso a um volume maior de dados e melhor análise, prevenindo possíveis perdas. A empresa também desenvolveu novas funcionalidades em sua plataforma, utilizando IA própria e LLMs para otimizar processos de subscrição e avaliação de riscos.
Custos Bilionários e a Necessidade de Ações Urgentes
Eventos climáticos extremos, como inundações, furacões e chuvas intensas, têm gerado prejuízos consideráveis, aumentando a urgência de políticas de proteção mais robustas e sustentáveis. Dados divulgados pelo físico e ex-ministro José Goldemberg indicam que chuvas intensas causaram danos de até US$ 300 bilhões globalmente. No Brasil, tragédias recentes, como as inundações no Rio Grande do Sul, resultaram em R$ 6 bilhões em indenizações pelas seguradoras. Desastres como furacões nos Estados Unidos e enchentes na Espanha também evidenciam a escala crescente desses fenômenos. Especialistas apontam que o papel dos seguros na mitigação das perdas climáticas deve ser fortalecido. Carlos Queiroz, da Susep, defende a necessidade de integrar a proteção securitária à vida cotidiana da sociedade brasileira, enquanto Ana Cristina Barros, da CNseg, sugere uma abordagem preventiva para o setor. Embora globalmente 30% das perdas climáticas sejam cobertas por seguros, no Brasil esse índice é de apenas 10%, o que representa um grande potencial de expansão. Além de fornecer soluções para desastres, o setor segurador tem a oportunidade de fomentar uma cultura de sustentabilidade e resiliência, antecipando riscos e promovendo maior conscientização sobre a importância da proteção contra eventos climáticos extremos.
Órgãos Trabalham Juntos em Prol da Adaptação Climática no Setor de Seguros
Em resposta aos impactos da crise climática no Brasil em 2024, a CNseg anunciou uma parceria com o Centro de Resiliência Climática do Atlantic Council. O objetivo da iniciativa é destacar o papel do setor de seguros na adaptação às mudanças climáticas, promovendo soluções inovadoras e ações colaborativas em fóruns globais e regionais. A parceria busca posicionar o Brasil como um exemplo de práticas adaptativas, fortalecer o diálogo em plataformas como G20 e COP30, e ampliar a relevância do seguro como instrumento fundamental em políticas climáticas. Segundo Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, a colaboração trará maior visibilidade ao setor segurador brasileiro, contribuindo para suas ações em questões climáticas globais.
Unindo Forças para um Futuro Resiliente
A união de forças entre seguradoras, instituições, empresas de tecnologia e organizações tem se mostrado essencial para melhorar as estratégias de segurança no setor de seguros. Ao trabalhar em conjunto, essas entidades compartilham conhecimentos e recursos, desenvolvendo soluções mais eficazes para mitigar os riscos climáticos. Além de fortalecer as operações do setor, essas parcerias demonstram o compromisso coletivo com a sustentabilidade e a resiliência. Com o impacto crescente das mudanças climáticas, o fortalecimento dessas colaborações é crucial para garantir que as seguradoras ofereçam proteção eficaz. Portanto, é por meio de um ecossistema colaborativo que o setor de seguros poderá enfrentar a crise climática, promovendo soluções que garantam a segurança e o bem-estar das futuras gerações.
Fonte: CQCS
Publicado em: Mercado Segurador, mitigação, parceria, riscos climáticos, seguros