MME, EPE, ONS e ANEEL debatem o planejamento da transmissão para projetos de hidrogênio
O Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), promoveu na quarta-feira (11/09) o workshop intitulado “Novos paradigmas do planejamento da expansão da transmissão para a conexão de plantas de produção de hidrogênio”. O evento teve como foco a redução da assimetria de informação e a aceleração na tomada de decisões sobre o desenvolvimento da infraestrutura para o hidrogênio verde.
Atualmente, o Brasil conta com 11 projetos de hidrogênio em fase de estudo, totalizando uma capacidade instalada de 45 GW até 2038. Essa expansão pode revolucionar o cenário energético do país a longo prazo, levando à inclusão de estudos para a expansão da RedeBásica do Sistema Interligado Nacional (SIN) no planejamento da transmissão da EPE para 2024.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o workshop ocorre em um momento estratégico, dada a importância do hidrogênio na transição energética. “O marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, sancionado recentemente pelo presidente Lula, fortalece a diversificação da nossa matriz energética e cria novas oportunidades econômicas para o Brasil”, afirmou o ministro.
Desafios e Planejamento para a Expansão
As informações coletadas durante o workshop serão usadas para definir as premissas do planejamento da expansão da transmissão, que será iniciado em 2024. Para o secretário de Transição Energética e Planejamento, Thiago Barral, o processo enfrenta grandes dilemas, como a tomada de decisões sob incerteza. “Recebemos demandas de infraestrutura de transmissão para plantas de produção de hidrogênio na ordem de gigawatts”, comentou Barral, destacando a importância de compartilhar esses desafios com os agentes do setor.
Segundo a EPE, esses projetos são eletrointensivos e escalonáveis, exigindo investimentos em tecnologias que garantam a flexibilidade e segurança do sistema energético. A abordagem prospectiva de planejamento será essencial para lidar com a dinâmica trazida pelo mercado de hidrogênio, assegurando descarbonização, modicidade tarifária e segurança para os investidores.
Expansão da Rede Básica do SIN
Atualmente, o MME está avaliando 11 processos de conexão de plantas de hidrogênio à Rede Básica do SIN, com seis deles já tendo recebido portarias de aprovação baseadas no critério de mínimo custo global. A previsão é que essas plantas demandem inicialmente 0,9 GW em 2026, atingindo 45 GW até 2038.
O workshop contou com a presença de mais de 300 participantes, incluindo representantes de 15 entidades ligadas ao setor de energia, além de ANEEL e ONS, que discutiram a construção de uma rede de transmissão capaz de integrar de forma coordenada os projetos de hidrogênio.
Fonte: MME