Agenda 2030 completa 5 anos e Rede OSD Embrapa marca a data com evento
Em 25 de setembro, dia em que se comemora 5 anos de lançamento da Agenda 2030, a Rede ODS Embrapa realiza o webinar “Agricultura e a Agenda 2030”, da ONU. A transmissão será via canal da Embrapa no YouTube www.youtube.com/embrapa, às 15h.
O Webinar faz parte do ciclo de palestras “A Embrapa e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, que teve início em 27 de agosto e segue até dezembro. O objetivo é discutir e propor iniciativas que contribuam para que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as metas propostas pela Agenda 2030 sejam fortalecidas na Empresa, no âmbito da programação de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Os palestrantes da sexta-feira são o ex-ministro Roberto Rodrigues, o assessor sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Haroldo Machado, a coordenadora da Rede ODS Embrapa, Valéria Hammes, e José Luiz Tejon, jornalista especializado em agronegócio. A ministra Tereza Cristina e o presidente da Embrapa, Celso Moretti, participam da abertura do evento.
Participação da Embrapa Florestas nas Boas Práticas em ODS
A Embrapa Florestas possui duas experiências de sucesso reconhecidas pela ONU, em julho de 2019, como Boas Práticas em ODS: Sistemas Agroflorestais para a Conservação da Mata Atlântica e Estradas com Araucárias. Ambas foram submetidas à chamada Pública para registro de Boas Práticas, Histórias de Sucesso e Lições Aprendidas em novembro de 2018.
O case “Sistemas Agroflorestais para conservação da Mata Atlântica”, submetido pela pesquisadora Maria Izabel Radomski (in memoriam) abordou as práticas agroflorestais para restauração da Mata Atlântica, desenvolvidas pela Embrapa Florestas desde 2000. Os modelos destacados foram:
-O plantio de espécies madeireiras para sombrear o Ilex paraguariensis (mate) em consórcio com espécies agrícolas, realizado na Fazenda Experimental da Embrapa, em Caçador/Santa Catarina, e em propriedades familiares no Rio Grande do Sul.
-A restauração de floresta de araucária degradada pela extração seletiva de madeira, com aplicação na própria Embrapa e em propriedades de agricultores familiares no Paraná e em Santa Catarina. Nele, a floresta degradada é substituída pela regeneração natural de espécies nativas.
Estas práticas relacionam-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis 2 e 15. Em relação ao ODS 2 -Fome Zero e Agricultura Sustentável, o case mostra o trabalho para melhorar esses sistemas tradicionais, aumentando a oferta de alimentos, plantas medicinais e madeira, seja para autoconsumo ou para a renda. A relação com o ODS 15 – Vida Terrestre, é por promover a conservação da biodiversidade, solo e água na região de ocorrência do ecossistema de araucária.
O “Estradas com Araucárias“, projeto idealizado pelo pesquisador Edilson de Oliveira, também está relacionado ao ODS 15 – Vida Terrestre. O case relatou como o plantio de A. angustifolia ao longo da divisa de pequenas propriedades familiares com as rodovias está sendo incentivado.
Os produtores recebem Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) de empresas privadas que usam as árvores como compensação pelas emissões de gases de efeito estufa e para promover outros serviços ecossistêmicos como: paisagismo, proteção ambiental, preservação da espécie, ambiental educação, produção de pinhões, benefícios para a fauna e sombra para o gado. O projeto foi implementado em propriedades familiares em quatro municípios: Lapa/PR, Fernandes Pinheiro/ PR, Fazenda Rio Grande/ PR e Caçador/SC.
Rede ODS Embrapa
Formada em 2017, a Rede ODS Embrapa visa gerenciar a inteligência distribuída nas Unidades e responder demandas sobre a Agenda 2030. Na Embrapa Florestas, o ponto focal da Rede ODS é a pesquisadora Yeda de Oliveira.
Uma análise dos Objetivos Estratégicos da Embrapa, feita pelos participantes da Rede, mostrou a vinculação, direta ou indireta, da atuação da empresa a todos os 17 ODS. Atualmente, segundo Valéria Hammes, a Embrapa e seus parceiros contribuem para 81 das 169 metas, ou seja, 47,9%.
Agenda 2030
Em setembro de 2015, representantes dos 193 Estados-membros da ONU se reuniram em Nova York e reconheceram que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Ao adotarem o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” (A/70/L.1), os países comprometeram-se a tomar medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento sustentável nos próximos 15 anos.
A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e metas claras, para que todos os países adotem de acordo com suas próprias prioridades e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro.
Os 17 ODS são:
1. Erradicação da pobreza – Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
2. Fome zero e agricultura sustentável – Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
3. Saúde e bem-estar – Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
4. Educação de qualidade – Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
5. Igualdade de gênero – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
6. Água limpa e saneamento – Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.
7. Energia limpa e acessível – Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.
8. Trabalho de decente e crescimento econômico – Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
9. Inovação infraestrutura – Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
10. Redução das desigualdades – Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.
11. Cidades e comunidades sustentáveis – Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
12. Consumo e produção responsáveis – Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
13. Ação contra a mudança global do clima – Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
14. Vida na água – Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
15. Vida terrestre – Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.
16. Paz, justiça e instituições eficazes – Promover sociedades pacíficas e inclusivas par ao desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
17. Parcerias e meios de implementação – Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Para saber mais acesse a Plataforma 2030: http://www.agenda2030.org.br/
Publicado em: Agro&Negócios