Mapa publica Zoneamento Agrícola de Risco Climático da Macaúba
OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, nesta quarta-feira (7), duas portarias com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da macaúba no território brasileiro. Trata-se de uma palmeira capaz de produzir 5 toneladas de óleo por hectare, ofertando matéria-prima para combustíveis renováveis, alimentos, cosméticos e medicamentos. A partir de agora serão disponibilizadas informações sobre as regiões mais favoráveis para o plantio dessa palmeira.
A ferramenta classifica os municípios em diferentes níveis de riscos de frustração de safra de acordo com características climáticas, sobretudo relacionadas ao solo e à disponibilidade de água, em conjunto com o ciclo de desenvolvimento da espécie e as necessidades da cultura. O Zarc ajuda a minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos, com isso, é possível subsidiar tecnicamente a concessão de crédito e seguro rural.
O Zarc da macaúba foi elaborado para três espécies de interesse econômico dessa palmeira: Acrocomia aculeata (de ocorrência predominante no Brasil Central), Acrocomia totai (noroeste do Paraná, oeste de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pantanal) e Acrocomia intumescens (algumas áreas do Nordeste). Os sistemas de produção foram tipificados em sequeiro e irrigado. Ainda, foi elaborado o Zarc para a fase de implantação, considerando-se também as situações de sequeiro e de irrigação.
A pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Simone Favaro, que coordena o Zarc Macaúba, conta que foram utilizados os riscos hídricos e térmicos e observações de área de ocorrência natural da macaúba no território brasileiro, considerando as particularidades das diferentes espécies de interesse. “A macaúba é uma cultura que está em fase de domesticação e a organização da sua cadeia e o ganho de escala estão ganhando forte tração”, relata a cientista.
Para chegar à publicação do Zarc, foi realizada a reunião de validação prevista pelo Mapa, com a participação da equipe que elaborou o Zoneamento da macaúba e com a comunidade externa. Além da Embrapa, também participaram do encontro docentes universitários, agentes de extensão, empresários do setor, pesquisadores de outras instituições científicas e de inovação tecnológica (ICTs) e agentes do sistema bancário.
Na reunião, foram apresentados os resultados prévios dos estudos do Zarc, contendo a metodologia, a fenologia da cultura, critérios de riscos e dados de dispersão da cultura nos biomas brasileiros para conhecimento público e discussão da proposta.
Benefícios
Como política pública, o Zarc coloca a macaúba na lista de culturas de importância econômica e dá diretrizes mais sólidas para o seu cultivo. A percepção da sociedade de que o sistema bancário está preparado para apoiar o estabelecimento da cultura contribui para a tomada de decisão pelos investidores. Com isso, demanda a continuidade de desenvolvimento tecnológico que certamente resultará em aumentos de produtividade.
Para os agricultores, a vantagem é poder ser beneficiado pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), pelo Proagro Mais e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR), uma vez que muitos agentes financeiros já estão condicionando a concessão do crédito rural ao cumprimento dos indicativos do Zarc.
Fonte: MAPA
Publicado em: Agro&Negócios