Brasil acrescentou 7,46 GW em geração solar distribuída em 2023
O Brasil acrescentou 7,46 GW em sistemas de energia solar de geração distribuída (GD) em 2023, mostram dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O segmento, composto por instalações residenciais e comerciais de pequeno porte, registrou 626 mil novas conexões ao longo do ano, beneficiando 838 mil unidades consumidoras no país.
Os números podem ser maiores, pois ainda estão sujeitos a atualizações retroativas, conforme a disponibilidade de informações das concessionárias de distribuição. Até o momento, o mercado brasileiro de GD totaliza 25,6 GW, com 2,28 milhões de sistemas atendendo 3,29 milhões de consumidores.
Conforme o levantamento, esse foi o segundo melhor ano da história da modalidade. Os números inferiores em relação a 2022 foram resultado de um cenário que combinou mudanças regulatórias, alta da taxa básica de juros e maior restrição de crédito. Ainda assim, o desempenho superou as projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que estimava que a GD solar terminaria 2023 com 21,6 GW de capacidade instalada.
Perfil das instalações
A maior parte da potência acrescentada em 2023 foi referente a sistemas residenciais, com 3,5 GW e 489 mil sistemas beneficiando 630 mil consumidores. Em seguida, vêm as classes comercial, rural e industrial, com 2 GW, 1,5 GW e 560 MW, respectivamente.
Em relação a modalidade de consumo, a geração na própria unidade de consumo liderou em capacidade adicionada ao longo do ano, com 5,75 GW, superando o autoconsumo remoto (1,58 GW), geração compartilhada (120 MW) e múltiplas unidades consumidoras (3,6 MW).
A modalidade de múltiplas unidades consumidoras, em que um sistema de energia solar é instalado em condomínio residencial ou comercial, foi a única a registrar crescimento de potência adicionado em relação a 2022, quando apenas 1,4 MW foram acrescentados.
Outro avanço notório foi no mercado de minigeração distribuída, composto por sistemas acima de 75 MW. Esse segmento teve acréscimo de 13,8 mil sistemas e 2,12 GW de capacidade instalada no ano passado, contra 11,65 mil sistemas e 1,79 GW em 2022.
Estados e municípios
São Paulo foi o estado que mais acrescentou capacidade instalada em GD solar em 2023, com 1,11 GW, superando Minas Gerais, com 874 MW. O mercado mineiro enfrentou problemas para conectar sistemas de energia solar em boa parte do ano, em razão de restrições impostas pela Cemig, sob alegação de impactos na rede elétrica.
Confira os estados que mais adicionaram geração solar distribuída em 2023:
São Paulo: 1,11 GW
Minas Gerais: 874 MW
Paraná: 627 MW
Rio Grande do Sul: 605 MW
Mato Grosso: 528 MW
A cidade líder em capacidade adicionada no Brasil em 2023 foi Brasília (DF) com 132 MW. Confira o ranking:
Brasília (DF): 132 MW
Cuiabá (MT): 82 MW
Campo Grande (MS): 70 MW
Teresina (PI): 69 MW
Fortaleza (CE): 68 MW
Perspectivas para 2024
Em dezembro, a Absolar divulgou projeção de acréscimo de 9,3 GW em capacidade instalada de energia solar no Brasil em 2024, levando em conta a geração distribuída e a geração centralizada, segmento composto por grandes usinas fotovoltaicas. Dessa forma, a fonte atingiria 45,5 GW de potência acumulada no país ao final do ano.
Desse total, 31 GW serão provenientes da GD, enquanto 14,4 GW estarão na geração centralizada. Segundo a entidade, os novos investimentos gerados pelo setor fotovoltaico poderão ultrapassar a cifra de R$ 38,9 bilhões em 2024, com mais de 281,6 mil novos empregos e uma arrecadação extra de mais de R$ 11,7 bilhões aos cofres públicos.
Na avaliação da associação, a combinação de aumentos nas tarifas de energia, queda no preço de equipamentos fotovoltaicos e redução de juros pode resultar em um ano mais favorável para o mercado de energia solar brasileiro. Oferta de crédito e regulamentação sobre inversão de fluxo devem ser os maiores desafios para o setor.
Fonte: Portal Solar
Publicado em: Energia, esg