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Manchetes do Mercado

10 de novembro de 2023

Brasil terá ‘verão verde’, com quase 100% de energia renovável;

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O Brasil está prestes a experimentar um rentável “verão verde”, com recorde na geração de energia renovável. De acordo com relatório da Agência Internacional para Energias Renováveis (Irena), hidrelétricas, eólicas e solares devem atingir impressionante marca de 91% da demanda energética brasileira.

Isso trará benefícios para o meio ambiente e para a economia brasileira como um todo. O País vem aumentando seu parque de renováveis há muito tempo:
• a princípio por meio tanto de leilões para o mercado regulado,
• quanto de legislações que permitem novos investimentos no setor.

No primeiro semestre deste ano, a energia eólica representou 11,9% do total distribuído e a previsão é que esse número avance para 18%, de acordo com a consultoria Safira. Já a energia solar, que registrou 3,3% no primeiro semestre, deve chegar a 6,5%. “Um exemplo do retorno do investimento é o segmento de geração distribuída, que está prestes a alcançar a expressiva capacidade de 25GW até o final deste ano”, diz Ariel Amar, especialista em energia renovável e membro do Instituto de Formação de Lideres (IFL).

Santo André, no ABC paulista, é um dos exemplos de cidade que caminha para ser a primeira considerada autônoma na geração de energia solar. O parque fotovoltaico que está sendo construído no município vai ocupar uma área de 56 mil metros quadrados e vai gerar 517.788 KWh/mês.

“O nosso complexo de usinas é um projeto pioneiro. Santo André saiu na frente no Estado de São Paulo. São poucas no Brasil com essa capacidade. Esse é um legado muito importante para a cidade, que além de reduzir o valor gasto com energia, também contribuirá para a redução de emissão de gases de efeito estufa. A energia que produziremos será interligada ao sistema de distribuição da concessionária, que gerará à prefeitura os créditos relativos à nossa produção”, explica o prefeito Paulo Serra (PSDB).

No entanto, é necessário enfrentar desafios para uma gestão eficiente do sistema elétrico diante da intermitência da geração de energia renovável. As hidrelétricas dependem do regime de chuvas, enquanto as fontes eólicas e solares sofrem variações na intensidade do vento e do sol.

Para garantir um fornecimento estável e confiável de energia, é fundamental repensar a maneira como a energia é gerada, transmitida e distribuída. Essa transição para fontes de energia renovável é considerada positiva pelos analistas, pois:
• diversifica a matriz energética,
• possui um impacto ambiental menor,
• e resulta em custos mais baixos para os consumidores.

Mas, é necessário rever a gestão do setor elétrico para evitar apagões mesmo que momentâneos.

Economia
O ‘verão verde’ que o Brasil está prestes a vivenciar é um reflexo do potencial do País na geração de energia limpa e renovável. Agora, é fundamental continuar investindo em tecnologias e infraestrutura para aproveitar ao máximo esse potencial.

Com a maior participação das fontes eólica e solar, espera-se uma diminuição no valor das tarifas de energia, aliviando o bolso dos consumidores brasileiros.

Segundo Vanderlei Martins, professor da FGV, economista e Ph.D em planejamento energético, para que realmente se atinja um nível de energia renovável capaz de gerar uma redução de custo ao consumidor é necessário um esforço conjunto.

“O Brasil precisa investir em infraestrutura, promover políticas públicas que incentivem a adoção de energias limpas e fomentar o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes”, explica Martins.

Para isso, o professor afirma que o governo tem papel fundamental na coordenação dos diversos setores e agentes, focados na redução dos lobbies.

“Só assim será garantida a credibilidade das instituições, a segurança jurídica dos investimentos e a governança setorial”, enfatiza.

Atualmente, o País é oitavo maior gerador de energia no mundo e o terceiro colocado no ranking mundial de geração renovável pela Irena.

Resta agora aproveitar esse potencial e transformar a promessa em realidade, garantindo benefícios não apenas para o meio ambiente, mas também para a economia e para o bolso do consumidor.

Fonte: ISTOÉ

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