Brasil exporta a primeira remessa de lítio verde
Aprimeira carga de lítio verde do mundo foi despachada nesta quinta-feira (27/07) a partir do Porto de Vitória, no Espírito Santo. O mineral extraído no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, tem o padrão triplo zero, sem carbono, rejeitos e químicos nocivos. A carga tem como destino a China, que transformará o lítio em baterias a serem utilizadas em todo o mundo.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi representado pelo secretário Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Vítor Saback, que participou do evento ao lado do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
“Hoje, o nosso lítio, produzido no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, ganha o mundo. Com isso, o Brasil reafirma ao planeta as suas imensas potencialidades. O mundo precisa da transição energética e todo o trabalho do ministério tem se voltado ao tema. E a mineração tem papel fundamental nesse processo”, disse o secretário.
A extração do minério é de responsabilidade da Sigma Lithium. A primeira remessa tem 15 mil toneladas de lítio verde triplo zero e outras 15 mil toneladas de subprodutos ultrafinos de alta pureza. Até o final do ano, a estimativa de exportação é de cerca de 130 mil toneladas.
Expansão
Segundo dados do MME, o Brasil está entre os países com maior potencial de extração de lítio do mundo, assim como o Chile, Argentina, Estados Unidos, Canadá e Austrália. O lítio do Brasil, no entanto, oferece diferenciais competitivos que otimizam os investimentos. Ao contrário da maioria dos outros países, o lítio encontrado em Minas Gerais é de alta pureza, facilitando seu uso na fabricação de baterias mais potentes.
A extração de lítio no Estado está em franco crescimento. Em menos sete meses, a arrecadação das empresas instaladas no Vale do Jequitinhonha está perto de igualar o total de 2022. O minério – importante para a transição energética e amplamente utilizado em baterias elétricas – também está subindo em participação entre as substâncias extraídas em terras mineiras.
De 1° de janeiro até 25 de julho de 2023, a extração de lítio em Minas Gerais atingiu o valor de comercialização de R$ 1.445.852.963,28. Isso significa que a marca de R$ 1.456.198.719,52, alcançada em 2022, deve ser ultrapassada em breve. A título de comparação, o comércio do mineral alcançou R$ 271.600.052,86 no ano de 2021. O setor cresceu 436,16% entre 2021 e 2022.
Entre os minerais extraídos em Minas Gerais, o lítio passou do 11° lugar em faturamento para terceiro colocado, de 2021 a 2023. Os primeiros colocados são os minérios de ferro e de ouro. O Brasil é o 7° maior detentor de reservas de lítio no mundo, com 1,23 milhão de toneladas e atualmente é o 5° maior produtor mundial do minério.
Arrecadação
Até o fim de julho, foram recolhidos R$ 29.134.00,66 em recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) relativos ao lítio em Minas Gerais. Essa é a contrapartida recolhida pelas mineradoras para beneficiar estados, Distrito Federal e órgãos da administração da União, como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus territórios. Conforme a legislação, 60% da CFEM é destinada a cidades com atividades de mineração.
Em 22 municípios do Vale do Jequitinhonha, existem 377 processos minerários. Há um pedido em relatório final de pesquisa, em Aruaçaí. Nos municípios de Itinga e Salinas, existem quatro solicitações em fase de requerimento de lavra e outros seis em estágio de concessão de lavra.
Fonte: MME
Publicado em: Energia