Bahia tem potencial de avançar na produção de alimentos agroecológicos com nova lei aprovada
A Assembleia Legislativa da Bahia aprovou em maio a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (PEAPO), visando promover o uso responsável dos recursos naturais por meio da produção orgânica, agroecológica e do extrativismo sustentável.
Carlos Eduardo, engenheiro agrônomo e integrante do Núcleo Executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), bem como coordenador geral do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (SASOP), explica de forma breve o conceito de agroecologia: “é uma forma de homens e mulheres agricultoras terem uma relação mais harmônica com a natureza. Você usa os elementos da natureza a seu favor. Então quando você produz um alimento, ele tende a ser um alimento que não tem contaminação, ele é um alimento limpo como a gente fala”.
Diferente do agronegócio, que se caracteriza pelas grandes monoculturas, a produção agroecológica e orgânica permite uma grande variedade de itens alimentares.
Carlos destaca que a agroecologia está mais alinhada com a lógica camponesa de produção, como a agricultura familiar. “A agroecologia é muito mais identificada com a lógica camponesa de produção, que é a agricultura familiar, porque trabalha com uma diversidade de produtos, de plantas alimentares, medicinais, comerciais e essa diversidade só é viável, porque tem uma lógica de uso da mão de obra familiar em um espaço menor. Tem um grau de produtividade alta se comparado a grandes monoculturas”, explica.
O engenheiro agrônomo também ressalta que a agroecologia não significa produzir em pequena escala, mencionando o exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que possui cooperativas no Brasil que produzem arroz orgânico em larga escala.
Apesar da aprovação da lei que, a longo prazo, pode garantir a soberania e a segurança alimentar e nutricional da população, ainda há muito trabalho pela frente, como ressalta Carlos “A gente tem uma lei aprovada no papel, mas ela precisa ir pra prática para as prioridades do orçamento do governo e para as prioridades da ação programática do governo. Só assim ela vai realmente atingir o seu objetivo”, finaliza.
Fonte: Brasil de Fato
Publicado em: Agro&Negócios