ALGODÃO/COMMERZBANK: ESTOQUES GLOBAIS CRESCEM COM SAFRAS MAIORES E DEMANDA FRACA
A safra de algodão 2020/21 deve superar a da temporada anterior, com colheita nos Estados Unidos e na Índia maior do que se esperava, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Como a demanda pela pluma recuou durante a pandemia de covid-19, os estoques internacionais da commodity devem crescer, atingindo meio milhão de toneladas a mais do que o previsto em julho, alerta o Commerzbank. “Ao final da temporada, espera-se que haja cerca de 1 milhão de toneladas a mais de algodão em estoque do que no início”, disse a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl.
Em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira, ela afirma que, segundo cálculos do USDA, a colheita nos EUA excederá a do ano passado em 14%. Isso significa uma estimativa de safra americana de 18 milhões de fardos (3,94 milhões de toneladas) – meio milhão de fardos a mais do que o previsto em julho.
A analista diz, ainda, que a produção na Índia, maior produtor de algodão, também aumentou significativamente, para 6,5 milhões de toneladas, graças a uma boa temporada de monções.
Em contraste, a demanda por algodão em muitos países – que foi duramente atingida pela crise da covid-19 – deve ser também mais fraca na temporada 2020/21. “Esses países incluem China, Índia e Paquistão, os três maiores consumidores”.
Segundo o banco alemão, o USDA revisou os números para o estoque final dos EUA em mais 11%, ante julho. “Isso ocorre porque o USDA não espera maiores exportações dos EUA, apesar da maior colheita – a razão é que o algodão dos EUA é mais caro do que, por exemplo, do que o brasileiro”.
Publicado em: Agro&Negócios