Geração de energia elétrica mais renovável em 2022
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou, nesta quarta-feira (8/2), o Boletim Mensal de Energia referente ao mês de novembro de 2022. A publicação apresenta aumento de mais de 16% na oferta de energia hidráulica nacional, em relação a 2021, verificando também uma forte queda na geração térmica a carvão mineral e a gás natural no ano, de mais de 50% em cada. A Figura 1 demonstra a participação da geração hidráulica e das térmicas (todas as fontes) no Sistema Interligado Nacional (SIN) nos últimos dois anos.
O aumento da geração hidráulica é decorrente da melhora dos índices pluviométricos deste ano, que aliado às estratégias adotadas na gestão da escassez hídrica de 2021, possibilitaram maiores níveis de armazenamento dos reservatórios e melhor gestão dos recursos hídricos. O crescimento da geração hidráulica indica uma melhora na renovabilidade das matrizes energética e elétrica, bem como uma diminuição nas perdas energéticas relacionadas, que são maiores na geração termelétrica, fazendo com que o Consumo Final Energético esteja com crescimento previsto de cerca de 2%.
Estima-se que 47,4% da matriz energética foi composta por fontes renováveis em 2022, ante os 44,7% em 2021, sendo que, na matriz elétrica, essa participação foi de mais de 87% (78,1% em 2021). É relevante ressaltar que a matriz elétrica contabiliza não só a Geração Centralizada, mas também Geração Distribuída (GD), Autoprodução de Energia (APE) e Sistemas Isolados. Quando considerada apenas a geração centralizada, a renovabilidade pode alcançar mais de 90%.
Na geração elétrica, a previsão é de consolidação do forte aumento da solar (mais de 78%) e de sólido crescimento da eólica (mais de 13%) e da hidráulica (mais de 16%). O crescimento da geração solar está relacionado com o aumento da capacidade instalada de GD, alcançando mais de 16 GW no final do ano de 2022, diante do encerramento do prazo para manter-se isenções até 2045 definido pelo Marco Legal da GD (Lei 14.300 de 6 de janeiro de 2022). A geração solar centralizada (não GD) também apresenta crescimento relevante, atingindo mais de 7 GW de potência instalada.
Os preços de combustíveis e eletricidade seguem a tendência de queda apresentada ao longo dos últimos meses em relação ao mesmos meses do ano anterior, com a gasolina C e o etanol hidratado caindo, respectivamente, 25,3% e 24,2%, enquanto as tarifas de eletricidade caíram 22,3% para o setor residencial, 21,4% para o setor comercial e 22,0% para o setor industrial. As quedas são efeito direto da Lei Complementar nº 194, de 23 de junho de 2022, que definiu que para fins de incidência do imposto de que trata o inciso II do caput do art. 155 da Constituição Federal, os combustíveis, o gás natural, a energia elétrica, as comunicações e o transporte coletivo são considerados bens e serviços essenciais e indispensáveis, que não podem ser tratados como supérfluos. Ainda assim, no acumulado do ano em relação a 2021, os combustíveis subiram 9,0% para a gasolina e 5,1% para o etanol, enquanto as tarifas de energia tiveram queda de 0,6% no setor residencial e alta de 2,6% e 2,9% para o comercial e industrial, respectivamente.
O Boletim Mensal de Energia é um produto do Departamento de Informações e Estudos Energéticos (DIE), da Secretaria de Planejamento e Transição Energética do Ministério de Minas e Energia (MME).
Fonte: MME
Publicado em: Energia